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JUIZ DECRETA PRISÃO
DE COLONOS DE DOROTHY NO PARÁ
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2005
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04/05/2005 Agricultor
do PDS Esperança é preso pela polícia
e cinco permanecem foragidos; acusação
é de terem vingado a morte de Dorothy Stang
com outro assassinato; movimentos sociais apontam
histórico de irregularidades e truculência
nas práticas do delegado responsável
pelo caso.
O juiz estadual de Pacajá, Lucas do Carmo,
decretou a prisão preventiva de seis acusados
de envolvimento na morte do colono Adalberto Xavier
da Silva Leal. Um dos mandados já foi cumprido:
a polícia civil paraense prendeu na última
segunda-feira, dia 02 de maio, o colono Luiz Moraes
de Brito no Projeto de Desenvolvimento Sustentável
Esperança. Para a polícia do Pará,
a morte de Silva Leal, que ocorreu horas após
a da missionária norte-americana Dorothy
Stang, foi um ato de vingança de partidários
da freira, assassinada no dia 12 de fevereiro deste
ano.
O inquérito foi concluído na quinta-feira
passada pelo delegado da polícia civil Marcelo
Luz. Segundo o advogado da Comissão Pastoral
da Terra que acompanha o caso, Dr. João Paulo
Santos, no momento da prisão, ocorrida no
final da noite desta segunda-feira, o delegado Luz
aterrorizou o colono Brito ao afirmar que este "poderia
ser mandado para o mesmo presídio do Tato
e do Bida".
A reportagem do Amazonia.org.br apurou que muitos
agricultores em Anapu têm medo da suposta
truculência do delegado e de sua polícia,
identificados como alinhados com o poder político
local. Santos afirmou que a CPT vai entrar com pedidos
de habeas corpus para revogar as prisões
e que a entidade não está contra as
investigações, mas teme que a mesma
seja conduzida de forma política e que os
verdadeiros culpados não sejam presos.
A nota à imprensa divulgada no final da tarde
de hoje, assinada pela CPT e outros movimentos sociais,
é bem mais enfática: diz que é
evidente a intenção do delegado Luz
de prejudicar as investigações sobre
o assassinato da irmã Dorothy Stang para
beneficiar os fazendeiros acusados. Também
são apresentados diversos exemplos de supostas
ações irregulares, desmandos e favorecimentos
cometidos pelo delegado Marcelo Luz na região
de Anapu.
Outros assassinatos Segundo informações
da Agência Pará, em outro inquérito
encerrado pelo delegado Marcelo Luz, o colono Valdivino
Pereira de Jesus foi indiciado pelo assassinato
do trabalhador rural Cláudio Branco, conhecido
como Matogrosso. O mandado de prisão já
foi expedido e o suspeito encontra-se foragido.
Na nota à imprensa da CPT e dos movimentos
sociais este caso também é citado,
com um relato de irregularidades e arbitrariedades
supostamente cometidas pelo delegado durante a investigação.
Outros dois mandados também foram decretados,
contra os supostos pistoleiros conhecidos como "Marabá"
e "Zé Chapéu". Os dois estariam
envolvido no assassinato do agricultor Domingos
Martins da Costa em setembro do ano passado segundo
a Agência Pará.
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa (Maurício Araújo)