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MÉDICO AFIRMA NÃO TER PRATICADO BIOPIRATARIA NO CASO KARITIANA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2005

O médico Hilton Pereira da Silva enviou uma mensagem à redação do Amazonia.org.br solicitando direito de resposta às diversas reportagens reproduzidas no site. Ele afirma que nas reportagens é acusado de ter participado de ações de biopirataria.

Leia abaixo a declaração de Silva na íntegra.

Trabalho Médico Ético e Não Biopirataria

Em diversas reportagens recentes publicadas neste periódico o meu nome aparece ligado a atos de biopirataria, sem que eu jamais tenha sido ouvido por este jornal. As reportagens referem-se a uma CPI na Câmara Federal e a um inquérito sobre a venda de células sanguineas dos índios Karitiana, de Rondônia, pelo laboratório Norte americano Coriel Cell Repositories. Em agosto de 1996, trabalhei entre os Karitiana em um documentário para o Canal Discovery e, como médico, pude constatar sua precária situação de saúde. Após as filmagens eu fui convidado pelo Chefe Garcia para ficar na aldeia e os ajudar com atendimento médico emergencial. Durante três dias realizei consultas e exames nas pessoas que me procuraram no posto da aldeia. Para estabelecer o diagnóstico complementar de algumas doenças, algumas amostras de sangue foram colhidas e levadas para análise na Universidade Federal do Pará, onde todo o material permaneceu depositado até ser solicitado pela justiça de Rondônia. O sangue por mim coletado não saiu do Brasil e não teve, em hipótese alguma, destino comercial, visto ser isto contra a minha ética e os princípios morais dos pesquisadores e instituições com os quais trabalho. Eu, com apoio voluntário de Denise, minha acompanhante na ocasião, que não é profissional de saúde como acusam algumas reportagens, e ajudou com atividades complementares apenas, prestei atendimento médico aos Karitiana em caráter voluntário, humanitário e emergencial, não lhes prometi atendimento futuro, e não fiz nada que lhes fira os interesses. O relatório das atividades médicas emergenciais na aldeia foi enviado à Associação Karitiana, à Funai de Rondônia e de Brasília, e ao CIMI de Rondônia. Uma simples busca na internet, mostra que o material a venda nos EUA provém da coleção Stanford/Yale, e foi coletado na década de 1980 por pesquisadores Norte-americanos, possivelmente com a permissão da Funai, e já estava sendo vendido na Internet, desde o início de 1996, portanto, muitos meses antes de eu ir até a Aldeia. Em fevereiro de 1997 eu e outros pesquisadores brasileiros, fizemos contato com o laboratório para que se pronunciasse sobre o assunto e conversamos com autoridades brasileiras para solicitar o repatriamento do material. Nossas solicitações de contato foram ignoradas. Desde 1997 diversos artigos têm sido publicados em jornais apresentando de forma distorcida os fatos, insinuando minha participação em atos de biopirataria, ao invés de resgatar os esforços feitos por mim e outros pesquisadores para cuidar da saúde e proteger os direitos dos Karitiana. Eu tenho respondido a todos artigos dos quais tenho conhecimento, porém os erros grosseiros sobre a minha pessoa continuam a ser publicados. A biopirataria é uma questão a ser seriamente investigada pelas autoridades brasileiras, pela comunidade científica e pela imprensa. O uso comercial de produtos biológicos sem que seus doadores sejam beneficiados é absolutamente imoral, antiético, e deve ser repudiado por toda a sociedade. Como cidadão brasileiro, como profissional de saúde, e como pesquisador residente do país, é meu dever proteger as pessoas com as quais trabalho, e resguardar-lhes os interesses. Esta tem sido a minha postura em mais de uma década de atuação entre os grupos rurais da Amazônia. Eu tenho me colocado sempre à disposição de jornalistas e autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o lamentável envolvimento do meu nome nesta esdrúxula situação, onde sou acusado de atos bárbaros apenas por atender a um chamado emergencial de uma tribo em necessidade, e cumprir os preceitos do Código Brasileiro de Ética Médica. É uma pena que no Brasil ainda se continue dando mais valor ao sensacionalismo que aos fatos.
Prof. Dr. Hilton Pereira da Silva, Departamento de Antropologia, Museu Nacional/UFRJ.
(hdasilva@acd.ufrj.br).

Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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