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MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE PRECISA TER AÇÕES
COORDENADAS, DIZ SECRETÁRIO DO FÓRUM
INDÍGENA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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02/05/2005 – O ministério
do Meio Ambiente (MMA) precisa ter ações
coordenadas, para evitar que os recursos sejam aplicados
de maneira dispersa, avaliam as 700 lideranças
indígenas que participaram do Abril Indígena.
"O mais importante, no momento, é fazer
com que essas diferentes frentes tenham uma coordenação,
para otimizar recursos, esforços, experiências
acumuladas", afirmou o secretário executivo
do Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas,
Gersem Baniwa.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Sustentável
do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Viana,
esse problema já foi resolvido através
de uma redefinição dos papéis
das secretarias que desenvolvem programas voltados
para as populações indígenas.
No final do ano passado, a Secretaria de Desenvolvimento
Sustentável assumiu a execução
de boa parte dos projetos e a Secretaria de Coordenação
da Amazônia ficou responsável pela
coordenação e elaboração
das políticas. "Essa divisão
de trabalho atende a demanda dos povos indígenas
de se ter um papel de coordenação
de tal forma que não haja superposição
de investimentos ou de ações",
disse.
O secretário ressaltou que todas as decisões
do ministério têm a participação
de representantes indígenas. "Temos
uma experiência acumulada de trabalhar com
os povos indígenas e vimos que é muito
importante não investir recursos sem atentar
para a sustentabilidade cultural e étnica",
defendeu Gilney Viana. "É por isso que
às vezes o tempo de aplicação
dos recursos é determinado não por
uma norma burocrática de Brasília,
mas pela capacidade de execução que
os próprios povos têm".
Em uma carta divulgada na sexta-feira (29) sobre
os resultados da mobilização Abril
Indígena, mais de 700 lideranças que
assinaram o documento manifestaram preocupação
com a "desvirtuação" do
anteprojeto de lei sobre o acesso a recursos genéticos
e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas.
A proposta foi elaborada pelo Conselho de Gestão
do Patrimônio Genético (Cgen), com
a participação das organizações
indígenas.
Viana acredita que o governo deverá manter
o texto da proposta que foi encaminhada à
Casa Civil. Segundo ele, esse é um projeto
defendido pessoalmente pela ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, antes mesmo de sua entrada no governo.
"Nós do MMA, com as lideranças
indígenas, vamos defender esse projeto",
assegurou o secretário. "Acredito que
a Casa Civil está muito sensível aos
nossos argumentos e não vai modificar o que
foi definido anteriormente", avaliou.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cecília Jorge e Juliana Andrade