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EMBRAPA TREINA POLICIAIS
FEDERAIS PARA A IDENTIFICAÇÃO
DE MADEIRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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12/05/2005 Um grupo
de policiais federais está sendo treinado
na Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA)
para identificar corretamente espécies de
madeira da região, em especial as de maior
valor econômico no mercado. O desconhecimento
técnico (anatomia e morfologia) de madeiras
nobres, como o mogno – cuja comercialização
está atualmente proibida - , o ipê
e o cedro, permite a ilegalidade nas transações
comerciais.
"Hoje quase 70% da madeira exportada está
em situação irregular. Nas ATPFs (Autorizações
para Transporte de Produto Florestal) o declarante
pode colocar que o carregamento é de andiroba,
quando na verdade é de mogno, e a falta de
conhecimento técnico prejudica a fiscalização”,
afirma o agente especial da Polícia Federal,
Uilses Tavares. Nesse caso citado, isso acontece
porque essas duas espécies de madeira são
anatomicamente similares e só conhecimentos
específicos podem distinguí-las.
Outra confusão bastante comum é entre
o cumaru e o ipê, que são espécies
importantes no mercado, mas com valores diferentes,
o que implica em encargos tributários diferenciados.
O pesquisador Osmar Aguiar, da Embrapa Amazônia
Oriental afirma que as informações
técnicas que estão sendo repassadas
aos policiais servem para a viabilização
econômica do manejo florestal, ressaltando
o valor de mercado sobre a madeira de lei, atribuído
pelos critérios beleza, resistência
e facilidade no corte, além, de uma tendência
modista sobre a coloração e a textura
da espécie.
"A atividade madeireira movimenta muito dinheiro,
mas ainda tem pouca fiscalização por
causa da carência de informações
técnicas”, explica Uilses Tavares. Estatísticas
da Associação das Indústrias
Exportadoras de Madeira do Estado do Pará
(Aimex), mostram que, em 2004, o Pará exportou
cerca de 700 milhões de toneladas de madeira
serrada.
Em valores brutos (sem levar em consideração
impostos e outros custos agregados ao preço
final do produto), isso correspondeu a 227 milhões
de dólares. Solicitado pela Delegacia do
Meio Ambiente, uma unidade da Polícia Federal,
para o treinamento de seu pessoal, o curso, está
divido em dois momentos.
O primeiro corresponde a uma análise minuciosa
sobre a composição da árvore
enquanto material de origem biológica, com
foco nas características genotípicas
(as genéticas) e fenotípicas (as que
se manifestam de acordo com o ambiente em que está
inserida), e informações sobre seu
crescimento, anatomia, alimentação
e idade.
“Essa etapa, feita em laboratório, permitirá
a identificação o macroscópica
das espécies”, explica Joaquim Gomes, pesquisador
da Embrapa Amazônia Oriental, unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária,vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
No dia 13, os participantes visitarão uma
empresa madeireira para identificar o material da
forma como ele circula no Estado, em toras ou serrado.
“Essa vai ser a parte mais difícil e crucial,
porque vamos colocar na prática o que vimos
durante todos os três dias no laboratório”,
afirma Edir Chaves, policial federal.
Ele trabalha há 20 anos nas estradas da Amazônia,
e diz que, além de crime ambiental, a irregularidade
no transporte e exportação de madeira
de lei prejudica o País, que deixa de arrecadar
os impostos mais altos, referentes ao valor comercial
da espécie comercializada.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Ana Laura Lima)