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DESMATAMENTO É RESPONSÁVEL
POR 75% DA EMISSÃO DE GASES POLUENTES
NO BRASIL, DIZ MINISTRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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01/06/2005 – Especialistas
e representantes do governo federal apontaram o
desmatamento da Amazônia como o principal
fator de emissão de gases – conseqüentemente
causadores do efeito estufa no Brasil, durante a
audiência pública da Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara dos Deputados. A reunião
teve o objetivo de discutir a definição
de uma política nacional sobre mudanças
climáticas que possibilite a redução
da emissão de gás carbônico,
como prevê o Protocolo de Quioto.
O pesquisador do Instituto Vitae Civilis, Délcio
Rodrigues, afirmou que o Brasil é o sexto
maior emissor mundial de gases de efeito estufa.
Segundo ele, o desmatamento é responsável
por 75% da emissão de gases poluentes no
Brasil.
O secretário executivo do Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli
Rosa, disse que a adoção do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL), instituído
pelo protocolo, não é suficiente para
combater o efeito estufa. "A maior contribuição
brasileira para a emissão dos gases do efeito
estufa é o desmatamento da Amazônia",
explicou Pinguelli.
Por meio do MDL, países industrializados
que têm metas de reduzir a emissão
de gases estabelecidas no protocolo podem investir
em projetos de geração de energia
limpa em países em desenvolvimento. A redução
obtida nesses projetos será contabilizada
para o cumprimento das metas dos países desenvolvidos.
O diretor do Programa de Proteção
e Melhoria da Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Ruy de Góes Barros, defendeu
que o MDL não deve diminuir as ações
de proteção ambiental. "Seria
errôneo pensarmos no MDL como a única
política a ser adotada", afirmou.
De acordo com o coordenador-geral de Mudanças
Globais de Clima do Ministério de Ciência
e Tecnologia, José Domingues Miguez, 35%
dos projetos de MDL em processo de validação
são do Brasil. Segundo Barros, esse mecanismo
pode representar boas oportunidades para o país,
e é preciso que não se crie legislação
que impeça a implementação
de projetos de MDL. "Uma política nacional
sobre mudanças climáticas deve traduzir
um conjunto de medidas e diretrizes para a sociedade,
tanto para o setor privado quanto para o setor governamental",
completou.
Fonte: Agência Brasil – Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Cecília Jorge