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ESPECIALISTAS CULPAM DESMATAMENTO
POR EMISSÃO DE GASES
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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01/06/2005 O desmatamento
da Amazônia é o principal responsável
pela emissão de gases poluentes no Brasil.
Assim, evitar a destruição da floresta
é o grande desafio que o País terá
para reduzir as emissões, que causam o efeito
estufa. A conclusão foi unânime durante
audiência pública promovida pela Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
que reuniu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
e diversos especialistas para discutir a Política
Nacional sobre Mudanças Climáticas.
As ações inseridas nessa política
seguem determinações previstas pelo
Protocolo de Quioto, em vigor desde fevereiro deste
ano.
De acordo com o pesquisador Délcio Rodrigues,
do Instituto Vitae Civilis, o Brasil é o
sexto maior emissor mundial de gases que causam
o efeito estufa, "mas a maior parte dessa poluição
não é causada pelas indústrias
e sim pelas queimadas". Rodrigues fez uma análise
das mudanças climáticas no País
para afirmar aos deputados que os efeitos da poluição
já se fazem sentir. Como exemplo, ele citou
o violento ciclone que atingiu Santa Catarina no
ano passado.
Para o coordenador de pesquisas do Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia, Paulo Moutinho,
o Brasil precisa de ações efetivas
para combater o problema. "70% das emissões
de gases vêm do desmatamento", informou.
Marina Silva assinalou que 13 ministérios
estão envolvidos no plano de combate ao desmatamento,
que cresceu 6% no último ano e, entre os
anos de 2003 e 2004,
atingiu 26 mil quilômetros quadrados de floresta.
Créditos de
carbono
Também foi
debatida a regulamentação do mercado
de créditos de carbono, que funciona com
a compra, por parte de países e empresas
poluidoras, de cotas de gases que deixam de ser
emitidos por projetos considerados limpos em países
em desenvolvimento.
Atualmente, o País conta com dois projetos
certificados, que recebem entre 4 e 6 dólares
(entre R$ 10 e R$ 15) por tonelada de carbono que
deixa de ser liberado na atmosfera.
O debate foi solicitado pelo deputado Paulo Marinho
(PL-MA), que cobrou ontem no plenário da
Câmara a adesão dos Estados Unidos
ao Protocolo de Quioto. "Eles (EUA) são
os maiores poluidores do planeta", reclamou.
O parlamentar também cobrou medidas concretas
para regulamentar o mercado do seqüestro de
carbono. "Li na revista Exame artigo que trata
de compra de crédito de carbono, por um organismo
alemão, de uma entidade ambiental brasileira.
Mas, nesta Casa, até o momento, nada há
de concreto que regulamente essa atividade."
Reforço
do protocolo
O diretor do Programa
de Proteção Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Rui de Góes Leite Barros,
informou que o Brasil deve entrar imediatamente
nas negociações para a segunda fase
do Protocolo de Quioto, que vai estabelecer as normas
de redução da poluição
mundial a partir de 2012. "O Brasil tem interesse
no reforço do protocolo e no estabelecimento
de uma cobrança mais efetiva aos países
desenvolvidos para que reduzam a sua poluição",
afirmou Barros. "Mas isso só pode ser
conquistado na discussão internacional".
O diretor afirmou ainda que o País não
deve considerar o mercado de carbono, previsto no
protocolo, como a única forma de reduzir
a poluição. Segundo ele, é
preciso adotar outras iniciativas ambientais, como
medidas concretas contra o desmatamento.
Fonte: Agência Câmara
(www.camara.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mônica Montenegro,
Carolina Nogueira e Regina Céli Assumpção)