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FALTA DE RECURSOS COLOCA
EM RISCO PROGRAMA
PRÓ-AMBIENTE, APONTA ONG
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Junho de 2005
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02/06/2005 – O programa
Pró-Ambiente do governo federal, que já
tem 11 pólos pilotos implantados nos chamados
estados amazônicos, que incluem desde o Maranhão
até o Acre, corre o risco de ser inviabilizado
por falta de recursos. O alerta foi dado hoje, no
1º Congresso Ibero-Americano sobre Desenvolvimento
Sustentável, no Rio de Janeiro, pelo Secretário-Executivo
da Rede Brasileira Agroflorestal, Peter May.
Ele informou que essas áreas de assentamento
já têm a difusão de técnicas
que incluem a manutenção da floresta
e a implantação de agroflorestas.
May afirmou que esses pólos são incentivados
através de um sistema de venda de serviços
ecossistêmicos, inclusive carbono, para o
mercado internacional de carbono. Trata-se, segundo
o especialista, de um bom modelo baseado em um vínculo
com a sustentabilidade global, cuja adoção
pode se expandir pelo país. "É
uma idéia super interessante que estava inclusive
dentro do Plano Plurianual de Investimentos do governo.
Só que este ano cortaram tudo e (o programa)
não está sendo executado".
Apesar do corte de verbas, Peter May assegurou que
a idéia é tentar fazer o projeto funcionar.
Conforme avaliou, "falta organicidade para
uma coisa dessa coisa acontecer". Ressaltou,
por outro lado, a necessidade de que o Pró-Ambiente
tenha também "auditoria, acompanhamento
e uma série de ações que não
são financiadas pelo governo".A falta
de recursos públicos impediu que os resultados
preliminares do programa, criado em 2002 e implantado
no ano passado, pudessem ser mensurados.
May revelou que a proposta da Ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, é que esse seja um modelo para
o Brasil. O trabalho inicial, realizado em 2002,
identificou 500 produtores que estavam interessados
em acessar uma nova modalidade de crédito
que incorporasse incentivo para a promoção
de serviços ecossistêmicos. Ao mesmo
tempo em que executam práticas agropecuárias
e agroflorestais, os produtores protegem os mananciais,
áreas de reserva legal florestal, para o
uso sustentável, explicou o especialista.
Provando isso e tendo uma certificação
sócio-ambiental, eles receberiam até
40% do custo de implantação a fundo
perdido, oriundo de um fundo internacional que captaria
recursos no mercado de carbono e no mercado de biodiversidade.
O orçamento necessário para a viabilização
do Pró-Ambiental é de cerca de R$20
milhões/ano, informou Peter May.
Fonte: Agência Brasil – Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Alana Gandra