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MUDANÇA DO CLIMA
É PROBLEMA CRUCIAL, ALERTA MIGUEZ
EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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01/06/2005 - Iniciar
a discussão a respeito de uma política
nacional sobre mudanças climáticas
visando à implantação do Protocolo
de Quioto, esse foi o tema da audiência pública
ocorrida hoje (1º) na Câmara dos Deputados,
realizada pela Subcomissão Permanente encarregada
de acompanhar esse processo na Comissão de
Meio Ambiente Sustentável.
O coordenador geral de mudanças climáticas
do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), José Miguez, fez um pequeno histórico
do princípio das responsabilidades comuns,
mas diferenciadas, que obrigam os países
desenvolvidos a tomar a iniciativa no combate à
mudança do clima e seus efeitos, considerando
suas emissões históricas desde a revolução
industrial.
Miguez alertou que a mudança do clima é
hoje o problema global mais importante e citou dados
do Painel Intergovernamental de Mudança do
Clima (IPCC), que informa que até o final
deste século a temperatura da Terra poderá
sofrer um aumento médio de 2,6°C, e um
aumento do nível médio dos oceanos
entre 15cm e 1m, caso os países permaneçam
emitindo grandes quantidades de dióxido de
carbono (CO2), principal gás causador do
efeito estufa. O IPCC avalia as informações
científicas, técnicas e socioeconômicas
disponíveis no campo de mudança do
clima.
Segundo o representante do MCT, o Brasil tem sido
vanguarda no panorama mundial de combate ao efeito
estufa. Ele citou, entre outras ações,
o primeiro registro de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) no mundo, que foi o Nova Gerar, no município
de Nova Iguaçu (RJ). "O País
possui cerca de 35% dos projetos que estão
em validação no mundo inteiro",
acrescentou.
"O MDL é um instrumento de cunho privado,
o que não significa que o governo não
possa contribuir, estimulando projetos que busquem
o desenvolvimento do País utilizando o MDL
para alavancar recursos e transferência de
tecnologia e capacitação", explicou
Miguez, que alertou para o cuidado que o Congresso
Nacional deve ter em não tomar atitudes que
vão de encontro às conquistas internacionais
que já foram obtidas desde a Eco 92.
O desmatamento da Amazônia como principal
causador do efeito estufa, responsável por
75% das emissões, foi consenso entre todos
os presentes, que apontaram para a necessidade de
o País ser enérgico no combate ao
desmatamento.
"O que justificaria a emissão de gases
de efeito estufa é o processo de desenvolvimento
de um país, mas no caso de desmatamento,
consegue-se pouco benefício no tocante a
esse desenvolvimento econômico, não
justificando esse desgate da Nação
junto à comunidade internacional", esclareceu
Miguez, completando que o principal desafio do País
é não repetir o erro dos países
hoje desenvolvidos, que precisaram desmatar e poluir
para alcançar tais resultados.
Estavam presentes também na Mesa o secretário
executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa; o pesquisador
do Instituto Vitae Civilis, Délcio Rodrigues;
o diretor do Programa de Proteção
e Melhoria da Qualidade Ambiental da Secretaria
de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente, Ruy de Góes, e o coordenador de
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia,
Paulo Moutinho.
A Subcomissão foi criada nesta terça-feira
(31) e é presidida pelo deputado Paulo Marinho
(PL/MA).
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Rachel Mortari)