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DIRETOR QUER PADRONIZAÇÃO
DE LICENÇAS PARA HIDRELÉTRICAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(10/06/05) – O diretor
de Licenciamento, Luiz Felippe Kunz Junior, quer
padronizar o processo de licenciamento de hidrelétricas
em todo o país para evitar vantagens competitivas
para o estado que fizer menos exigências socioambientais
ao empreendedor. O diretor expôs a proposta,
ontem, durante o I Encontro Ciências Sociais
e Barragens, que reuniu integrantes da academia
e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB),
na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Kunz defendeu ainda mudanças nas normas do
licenciamento para incorporar medidas atenuantes
dos impactos sociais da construção
de hidrelétricas. Segundo ele, o governo
reconhece como “problema importante” o impacto das
hidrelétricas sobre a vida de moradores das
áreas, onde são feitas as obras. Mas,
sem adaptar a lei, os atuais procedimentos podem
constar apenas do modelo desta gestão.
Os problemas sociais acabam ganhando visibilidade
apenas nas audiências públicas, etapa
do licenciamento em que se ouve opinião da
sociedade sobre a obra em análise. Kunz disse
que questionamentos sobre a geração
de tanta energia e a opção por hidrelétricas
como principal matriz seriam menores, se houvesse
uma discussão pública sobre o modelo
energético brasileiro.
O procurador João Akira Omoto, outro palestrante,
reclamou que o modelo energético seja um
assunto “fechado e definido” no Ministério
de Minas e Energia e que o licenciamento ambiental
acabe sendo uma “mera formalidade” para legitimar
empreendimentos. Para ele, são necessárias
transparência e participação
da sociedade neste setor. O integrante do MAB Rodrigo
dos Santos disse que hidrelétrica não
seria considerada alternativa mais barata de geração
de energia se os impactos socioambientais fossem
computados. Ele defendeu repotencialização
das usinas já construídas e estudo
de fontes mais econômicas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Sandra Sato