 |
É POSSÍVEL
EXPLORAR O CERRADO COM PRESERVAÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
|
 |
08/06/2005 Nos últimos
40 anos o Cerrado tem perdido parte de sua biodiversidade
devido a substituição de suas áreas
nativas por áreas de agricultura e pecuária.
Essa ocupação desenfreada foi responsável
pela perda de 60% dos dois milhões de quilômetros
quadrados originais de Cerrado nativo.
O uso da terra sem controle ou zoneamento tem causado
sérios prejuízos à fauna, à
flora, à qualidade da água e a vida
dos ocupantes desse bioma. Em decorrência,
alguns problemas antes restritos ao meio rural já
atingem o meio urbano, como a raiva, a dengue e
a hantavirose.
A hantavirose, doença provocada pela urina
do rato silvestre, e que em 2004 provocou 16 mortes
no Distrito Federal, volta este ano a ameaçar
a região, colocando a população
em alerta. O surgimento da hantavirose pode estar
associado a super oferta de alimentos para os ratos,
devido à substituição de áreas
nativas por pastagens, a exemplo da Brachiaria.
As pesquisadoras Fabiana Gois e Ludmilla Aguiar,
da Embrapa Cerrados (Planaltina - DF), unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, alertam que qualquer ocupação
no Cerrado deveria ser avaliada com cautela, pois
essa região, além de considerada uma
das mais produtivas do país é também
riquíssima em biodiversidade e recursos hídricos.
“Por isso é essencial que toda a população,
principalmente os produtores rurais, compreendam
a importância das áreas remanescentes
e passem a preservá-las”, destacam.
Uma das formas de contribuir com a preservação
é por meio da utilização e
aproveitamento das espécies da flora e da
fauna do Cerrado. A produção de animais
em cativeiro pode ser um bom negócio. A ema,
por exemplo, ave nativa e já adaptada em
seu ambiente natural, pode ser considerada ambientalmente
correta e sustentável. As emas são
boas produtoras de carne, ovos e de pele de alto
valor econômico.
Quanto às plantas, as espécies frutíferas
já fazem parte da dieta das populações
que vivem no Cerrado, a exemplo do pequi, araticum,
baru, jatobá, buriti, murici, cajuí,
mangaba, cagaita, ananás entre outras. O
consumo regional das frutas nativas é feito
com o fruto na forma natural ou como geléias,
sucos, compotas, sorvetes, etc. Outras plantas possuem
ainda outras utilidades como madeireira, ornamental,
forrageira, corticeira, cosmética e medicinal.
A exploração econômica é
uma alternativa para a preservação
das espécies do Cerrado. A proposta principal,
de acordo com as pesquisadoras, é plantar
e incentivar a utilização dos recursos
vegetais do Cerrado, sem precisar cortar as árvores,
ou seja, utilizar o Cerrado “em pé”.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Selma Beltrão)