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PARQUE ESTADUAL INTERVALES COMEMORA DEZ ANOS DE CRIAÇÃO NO DIA DO MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2005

06/06/2005 O Parque Estadual Intervales, com 42 mil hectares de Mata Atlântica, representa um modelo de preservação, abrigando cerca de 350 espécies de aves, além de primatas, felinos e outros animais, e uma flora exuberante. No último domingo, 5 de junho, quando se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, essa unidade de conservação comemorou também dez anos de criação com uma grande festa em que se enfatizou não apenas a natureza que se conserva intacta, mas a cultura de um povo que também corre o risco de degradação.

Pedro Calado
Pedro Calado
Pedro Calado

É por isso que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado - SMA, por intermédio da Fundação Florestal, organizou uma série de atividades que se iniciou no sábado e prosseguiu até o domingo, 5 de junho, dia em que, em 1995, o Decreto Estadual 40.135 criou oficialmente o Parque Estadual Intervales.
O grande momento das comemorações foi o concerto ao ar livre com a Orquestra de Sopros de Tatuí, sob a regência do maestro Dario Sotelo, no domingo às 11 horas, logo após a assinatura de um termo de compromisso assinado pela diretora-executiva da Fundação Florestal, Antonia Pereira de Avila Vio, e os prefeitos Eliana dos Santos Silva, de Ribeirão Grande, e Flavio de Lima, de Guapiara, em que as partes manifestam o propósito de atuar em parceria para a restauração da paisagem e a melhoria das estradas de acesso à unidade de conservação.
A solenidade contou, ainda, com a presença de João Gabriel Bruno, chefe de gabinete, que estava representando o secretário José Goldemberg. Bruno lembrou que estão sendo investidos US$ 15 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e recursos da própria Fundação Florestal, que vão beneficiar principalmente essa unidade de conservação, para alavancar atividades de ecoturismo, criando postos de trabalho e incrementando a economia nos municípios envolvidos.
Durante a solenidade, Antonia Vio homenageou os 54 funcionários do parque, entregando um certificado em reconhecimento ao trabalho desenvolvido. José Prata, de 67 anos, 24 dos quais trabalhando como vigilante desde a época em que a área pertencia à Banespa Mineração, e Donato Ursulino dos Santos, de 68 anos, e também 24 anos como funcionário, receberam o documento durante a solenidade.

Preservação

Toda a programação denota a preocupação com a preservação. Além da mostra de fotos com a história dos dez anos do parque e da exposição de gravuras de Angela Leite retratando animais e plantas da Mata Atlântica, foi organizada uma área para a apresentação de vendas de produtos artesanais da região.
A Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvu, em Sete Barras, no entorno do parque, trouxe produtos como licores de juçara, jabuticaba, abacaxi e outros frutos cultivados no local, além do “coruja”, uma espécie de pão que faz parte da cultura regional. Produzido com massa de mandioca, leva ingredientes como ovos, óleo (ou banha de porco como antigamente) e sal. Depois é moldado, envolvido em folha de bananeira e assado em forno de lenha.
Os quilombolas de Ivoporanduva, uma comunidade afrodescendente localizada nas proximidades do Ribeira de Iguape, expuseram artesanato em fibra extraída do pseudocaule da bananeira. São cestos, bolsas e outros objetos produzidos por cerca de 15 representantes da comunidade, que desenvolvem esse trabalho desde 1997.

Oficina de viola

No sábado, o violeiro de Pirajui, Levi Ramiro, ministrou uma aula aberta sobre confecção de viola, mostrando os segredos do artesão que se dedica a essa atividade. Além de falar sobre materiais como cabaça para a caixa de ressonância e freijó para o tampo, explicou como o processo de preparação da madeira e da colagem podem influir no timbre e sonoridade do instrumento.
Com 39 anos de idade, lida com música desde os 13 anos e trabalha profissionalmente há dez, sendo hoje um dos grandes divulgadores da cultura musical caipira. À noite, com o seu grupo fez uma apresentação de músicas de sua autoria e de outros compositores, como Tião Carreiro, que considera uma das referências como violeiro. A apresentação contou ainda com o grupo do arquiteto Carlos Catapani, outro aficcionado por esse instrumento, e Zeca Colares que, embora não desfrute de prestígio na mídia, é respeitado no meio dos violeiros, tanto como instrumentista como compositor.

Danças e música

Essa preocupação com a preservação da cultura, ao lado da preservação do meio ambiente, ficou evidente nas atividades do domingo, antes da apresentação da Orquestra de Sopros de Tatuí. O grupo Nativos da Terra, do bairro Ferreira dos Matos, em Ribeirão Grande, dirigido por Luiz Cesarino Ferreira, apresentaram números como a Dança da Palminha, Dança do Carangueijo, Xote Marcado e Xote Carreirinha.

São manifestações folclóricas cujas origens remontam aos casamentos na roça. “As festas de casamento na década de 1920 já tinham essas danças”, explica Luiz, com os pares mostrando suas habilidades no sapateado e oferecendo também a oportunidade para os jovens procurarem pares e trocarem olhares mostrando seu interesse.
Em seguida, apresentou-se o grupo Fandango de Tamanco Cuitelo, do mesmo bairro, formado em 1964 por Pedro Vilarino Ferreira, cujo apelido era Cuitelo, como os beija-flores são designados ainda hoje no meio rural. O seu filho, Ernesto, é que dirige o grupo atualmente, que conta com neto e bisneto do fundador.
“O fandango é de origem espanhola e, até os anos 60, em Ribeirão Grande, animava as festas após os mutirões em que várias famílias se dirigiam a um sítio para auxiliar na colheita, quando o trabalho exigia mais braços”, explica Ernesto. Hoje é uma manifestação cultural que ainda subsiste no bairro Ferreira dos Matos, à custa do sacrifício de alguns abnegados que não se conformam com a perda de sua identidade.
Os próprios dançarinos confeccionam os seus tamancos, que servem para marcar o ritmo da dança ao som da gaita de oito baixos. O grupo participa há 40 anos das festas realizadas em Olímpia, considerada a capital do folclore.

Orquestra de Sopros

O concerto ao ar livre, que faz parte do programa “Acorde para o Meio Ambiente”, foi um espetáculo inusitado naquele cenário, surpreendendo o público e os músicos. Da mesma forma que a Fundação Florestal, preocupada em preservar o meio ambiente, e os grupos de dança e de fandango, preocupados em preservar a sua cultura, o maestro Dario Sotelo explicou que a preocupação dos integrantes da Orquestra de Sopros Brasileira é essencialmente cultural.

“Temos mais de 2.200 ritmos catalogados no Brasil”, disse. “É por isso que Villa-Lobos se apaixonou pela música brasileira”, explicou. Em seguida, apresentou músicas como Suíte Norte e Nordeste, de Joaquim França Ramos, onde é possível identificar passagens de Qui Nem Giló, Asa Branca e Assum Preto, de Luiz Gonzaga; Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, em arranjo do professor Neves, diretor do Conservatório Musical de Tatuí, mostrando a influência dos musicais norte-americanos; e Zé Carioca no Frevo, de Geraldo Medeiros.
Na segunda parte do concerto, apresentou uma seleção de sambas, para a qual convidou o Trio Fala Brasileira, composto por Cibele Sabione, cantora, Ariane Bejo, teclados, e Oswaldo Martins, bateria, de Birigüi, que realiza pesquisas sobre música brasileira. Com a participação, do violonista Alexandre Bauab e do baixista José Luiz Penatti, mostraram clássicos como Marambaia, de Henricão e Rubens Campos, Não Deixe o Samba Morrer, de Edson e Aloisio, É Luxo Só e Morena Boca de Ouro, de Ary Barroso, e outros.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa
Fotos: Pedro Calado

 
 
 
 

 

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