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SPARTA AFIRMA QUE GOVERNO
TEM COMPROMISSO FIRMADO COM A GESTÃO
AMBIENTAL
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Junho de 2005
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08/06/2005
Entrevista com o secretário estadual do Meio
Ambiente, Mauro Sparta, publicada no Boletim de
Notícias do Palácio Piratini, em 07/08/2005
A Semana do Meio
Ambiente passou, entretanto, fica o compromisso
da gestão ambiental e de seus indutores diretos
com a vida. Como este "pacto" funciona
na prática, na forma de políticas
públicas no Rio Grande do Sul?
SPARTA -O Governo Germano Rigotto tem um compromisso
firmado com a gestão ambiental, e as atividades
da Semana Estadual do Meio Ambiente mostraram à
sociedade que os poderes públicos e as entidades
não-governamentais estão vigilantes
e conscientes de suas responsabilidades para com
o meio em que vivemos. A qualidade de vida que desejamos
e que pregamos passa, necessariamente, pelos cuidados
e pela proteção que devemos ter com
os bens que a natureza nos oferece, de forma tão
maravilhosa e preciosa. Essa filosofia encontra
no projeto de Sistema Integrado de Gestão
Ambiental (Siga/RS) um inestimável braço
de sustentação, porque recai sobre
os agentes municipais o importante papel de impulsionar
a gestão ambiental no Rio Grande do Sul.
O trabalho é um desafio, pela necessidade
de levar em consideração o desenvolvimento
sustentável, que está sendo levado
a cabo com a habilitação de 105 prefeituras
para emitirem licenciamentos de impacto local de
pequeno e médio portes.
É preciso
somar esforços para o fortalecimento das
comunidades, abrindo canais positivos em favor do
desenvolvimento sustentável, como o Projeto
de Conservação da Mata Atlântica,
que já ocupou 37% do território gaúcho
e, hoje, está reduzida a 2,69% (500 mil hectares)
do Rio Grande do Sul. A iniciativa vem sendo desenvolvida
desde 2004, com o objetivo principal de contribuir
para a recuperação de áreas
degradadas e proteger a área florestal. Em
parceria com a República Federal da Alemanha,
por intermédio do banco KfW, serão
investidos 10 milhões de euros, para cuidar
da biodiversidade das 11 unidades de conservação,
numa área de 13 mil quilômetros quadrados,
abrangendo 28 municípios.
Portanto, estamos construindo uma "rede"
de proteção ao meio ambiente, trançada
com pessoas, ações, conhecimento e
recursos.
Na sua avaliação,
considerando as visitas que faz ao interior, os
contatos mantidos com prefeitos, lideranças
comunitárias e população em
geral, qual a maior ameaça ao meio ambiente
no Estado?
SPARTA -Temos alguns focos complexos. Um deles,
o saneamento básico, que considero da maior
gravidade. Mas o Governo do Estado já está
enfrentando isso, com programas da qualidade do
Pró-Guaíba, do Aqüífero
Guarani, do Pró-Rio Uruguai. E, mais recentemente,
o Programa Gaúcho de Saneamento, através
do qual unimos esforços, intenções,
projetos e recursos orçamentários
com a Secretaria de Obras Públicas e Saneamento
para suprirmos 227 cidades com populações
não superiores a 5 mil habitantes com serviços
básicos de abastecimento. Por que fizemos
a opção por localidades pequenas?
Porque com os recursos do Fundo de Recursos Hídricos,
as duas secretarias (Meio Ambiente e Obras) podem
reduzir as carências das comunidades, que
concentram 1 milhão de pessoas. A extensão
dos projetos de tratamento sanitário a municípios
maiores e à Região Metropolitana,
a curto prazo, exigirá convênios e
empréstimos internacionais, em decorrência
dos altos custos decorrentes. Mesmo assim, isso
está sendo avaliado pelo governo e será
colocado em prática.
A conscientização
continua sendo o principal instrumento para evitar
a progressiva degradação do meio ambiente
e que os recursos naturais sejam exauridos?
SPARTA - Sem dúvida! O processo de conscientização
e de educação ambientais deve ser
permanente, devem ser patrocinadas não apenas
pelo ente público, mas também pelas
ONGs, pelo Terceiro Setor, pela iniciativa privada.
Estamos vivendo um momento de transição,
onde as duas questões aparecem com muita
força pela sociedade economicamente ativa
e pelas "forças vivas" da comunidade.
Então, o Estado e o Município não
estão sozinho nesta intenção.
Isso reflete o estágio de amadurecimento
que alcançamos.
Como o Protocolo
de Kioto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e
o mercado de créditos de carbono podem concorrer
para que o Rio Grande do Sul mantenha-se e avance
na posição de um dos estados brasileiros
mais desenvolvidos na área de preservação
ambiental?
SPARTA - Estes são assuntos atuais e o Rio
Grande do Sul tem todas as condições
para capitalizar recursos a partir das decisões
convencionadas em Kioto. Como estado agrícola,
o plantio direto constitui-se num dos principais
instrumentos que dispomos para receber créditos
de carbono. O Primeiro Mundo, a Europa tem-se interessado
particularmente pela questão. A Secretaria
do Meio Ambiente criou uma comissão específica
para realizar estudo aprofundado sobre a matéria,
que ainda se ressente de regulamentação,
restando algumas áreas obscuras. De qualquer
forma, o Estado está bastante envolvido na
questão e nosso trabalho vem amadurecendo
para viabilizar a captação de recursos
de países que precisam compensar a emissão
de gases poluentes na atmosfera.
Secretário,
o assunto Meio Ambiente ascendeu, definitivamente,
ao status de "prioridade" nas políticas
dos governos brasileiros?
SPARTA - Sim. A questão ambiental não
é mais hit de preferência, é
de sobrevivência! Tanto, que o Governo Rigotto
tem trabalhado exaustivamente o assunto. E a prova
está no fato de, cada vez mais, as grandes
empresas que procuram o Rio Grande do Sul como destino
de novos investimentos procurarem os órgãos
competentes para proceder ao licenciamento ambiental
observando o critério de desenvolvimento
harmônico e sustentado. Tenho plena convicção
de que, dada a maneira responsável e séria
com que este governo vem procedendo no encaminhando
da questão ambiental no Estado, as administrações
que o sucederem já encontrarão traçado
um plano de gestão, restando-lhes, simplesmente,
a mínima tarefa de corrigir rumos e rotas,
quando necessário. Temos observado as alterações
de clima, o aquecimento do planeta e o efeito estufa,
que vêm ocorrendo pela mão do homem.
Então, agora é o momento de reversão.
Veja que, nos últimos dez anos, o Rio Grande
do Sul foi atingido por sete estiagens. É
muito! Esta última foi a pior, assustou a
sociedade e o governo precisou trabalhar muito para
resolver isso. Temos que nos preparar cada vez mais
para ter condições de enfrentar as
alterações climáticas e reverter
o quadro a médio prazo.
Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (www.sema.rs.gov.br)
Assessoria de imprensa