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BARROS SUBSTITUIRÁ
ATPF ATÉ DEZEMBRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(15/06/05) - O presidente
do Ibama, Marcus Barros, em depoimento ontem à
CPI da Biopirataria, anunciou para o final deste
ano a substituição da Autorização
de Transporte de Produtos Florestais (ATPF) por
um sistema informatizado que controle a madeira
desde a origem até a indústria. O
Sistema Integrado de Controle e Monitoramento dos
Recursos e Produtos Florestais (Sisprof) começou
a ser desenvolvido, em dezembro de 2002, pelo Ibama
e a Universidade de Lavras.
O sistema é complexo, demanda investimentos,
mas eliminará todos os intermediários
que transformaram a ATPF em instrumento de corrupção.
“Pegamos o rabo do dragão da corrupção
pela ATPF”, disse Barros numa referência à
Operação Curupira, que prendeu mais
de 100 empresários, despachantes, servidores
do Ibama e da Fema (órgão estadua)
envolvidas na fraude dessas autorizações
para garantir o transporte de madeira explorada
ilegalmente no Mato Grosso. O esquema, que funcionava
há mais de 10 anos, lucrou R$ 890 milhões
com o desmatamento de 43 mil hectares somente nos
últimos dois anos.
Barros comentou que o instituto está passando
por um processo de depuração e podem
ocorrer novas prisões de envolvidos em esquemas
de corrupção e exploração
ilegal de madeira na Amazônia. "O Ibama
não cabe no papel de vítima, pois
foi ele quem começou o processo 20 meses
atrás", disse. A Polícia Federal
e do Ministério Público entraram no
caso a partir de outubro passado.
Os deputados também ouviram ontem o interventor
do Ibama no Mato Grosso, procurador Elielson Ayres
de Souza, e o diretor de Proteção
Ambiental, Flavio Montiel, sobre a Operação
Curupira. O procurador relatou todo o trabalho da
equipe do Ibama para desmontar a quadrilha. “O serviço
da PF não transcorreu sozinho.” Souza disse
que “alimentou” as duas instituições
parceiras tornando possível a identificação
dos cabeças do esquema - não só
laranjas – e de 431 empresas fantasmas. “Estamos
apenas começando e vamos chegar facilmente
a mil (empresas fantasmas)”, avisa, revelando que
está mapeando outras fraudes e em breve irá
repassá-las a PF e ao Ministério Público.
Souza criticou as tentativas de vincular a quadrilha
do Mato Grosso com financiamento de campanhas políticas.
Ele garante não ter envolvimento de partidos
com o esquema, apesar das prisões de filiados
do PT, como o ex-gerente do Ibama no Mato Grosso,
Hugo Werle.
O presidente do Ibama contou que os primeiros relatórios
da PF sobre o grampo nos telefones de Hugo revelavam
negociação de propina com madeireiros.
Ele pediu para estender a escuta por mais 15 dias
e só aumentou a frustração.
“Aí, abriu-se uma cratera sob os meus pés.”
Barros aproveitou a sessão da CPI da Biopirataria
para defender o diretor afastado de Florestas, Antônio
Hummel, que também foi investigado e teve
os telefones grampeados pela PF. “Contra ele, não
foi identificado qualquer ato improbo. Hummel é
a pessoa que combateu a corrupção
no Pará e teve a coragem de suspender planos
de manejo em áreas de conflitos”. Para Barros,
cometeu-se uma injustiça ao mandar prender
Hummel - agora, já solto. Ele espera reempossá-lo
passados os 60 dias de afastamento do cargo para
esclarecer o caso.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Sandra Sato e Gilberto Costa)