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CULTIVARES TRANSGÊNICAS
DE SOJA RR SERÃO APRESENTADAS EM
REUNIÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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17/06/2005 A Embrapa
Cerrados (Planaltina - DF), unidade da Embrapa-
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, realizará, no dia 23 de
junho, reunião técnica para apresentação
das cultivares de soja transgênicas RR indicadas
para a região do Cerrado.
A Empresa tem o registro
de 11 cultivares de soja transgênicas RR,
das quais três - BRS Baliza RR, BRS Silvânia
RR e BRS Valiosa RR – são adaptadas à
região central do Brasil. As sementes dessas
cultivares estarão disponíveis para
compra na safra deste ano. A comercialização
será feita pelas 30 empresas sementeiras
do Convênio Cerrados, desenvolvido pelo Centro
Tecnológico para Pesquisas Agropecuárias
(CPTA) em parceria com a Embrapa e Agência
Rural de Goiás.
A equipe do Programa
de Melhoramento da Soja da Unidade participou dos
estudos que viabilizaram a geração
das cultivares indicadas para o Cerrado. O pesquisador
Plínio Itamar de Souza, coordenador da equipe,
estima que foram gastos nove anos de pesquisas,
entre laboratório e campo, até a obtenção
das cultivares. Além das características
transgênicas, as vantagens dessas cultivares
são elevado potencial de rendimento, melhor
estabilidade e adaptabilidade.
As cultivares de
soja transgênicas RR são resistentes
ao herbicida glifosato, por isso é mais fácil
o manejo de plantas daninhas, além da redução
de custo pelo menor uso de herbicidas – as cultivares
convencionais utilizam diversos produtos para o
controle de plantas daninhas e essas transgênicas
apenas o glifosato. Em razão da não
competição com as plantas daninhas
há maior rendimento por área e menor
perda na colheita.
Outros benefícios
do uso das transgênicas, de acordo com os
pesquisadores, são a facilidade no cultivo,
que possibilita a utilização de práticas
conservacionistas, como Plantio Direto, e o potencial
de lavoura. Na lavoura de planta convencional o
uso de herbicidas em geral causa a fitotoxidez,
a qual provoca a diminuição da produtividade,
impacto ambiental, maior competição
de invasoras e conseqüentemente perda na colheita.
"Com transgênicas ganha-se até
cinco ou seis sacos por hectare devido ao potencial
de lavoura", afirma o técnico Sérgio
Abud.
Nesta primeira fase
da soja transgênica, o produtor deve optar
pelo cultivo em área com alta infestação
de plantas daninhas, a fim de alcançar a
eliminação das ervas problemas e experiência
com a metodologia aplicada no sistema de produção
de transgênicas.
A previsão
dos pesquisadores a curto prazo é de que
as cultivares transgênicas ocuparão
grande parte da área com soja no Cerrado.
Contudo a médio prazo, cerca de três
anos, com a diminuição das plantas
daninhas, muitos agricultores voltarão para
cultivares convencionais e poderá haver um
ponto de equilíbrio.
A longo prazo (10
anos), a escolha pelo cultivo de cultivares transgênicas
ou convencionais dependerá do mercado comprador
de grãos; do custo de produção;
da disponibilidade de novas cultivares transgênicas;
da ocorrência de plantas daninhas resistentes;
e de novas informações relacionadas
com saúde, meio ambiente e agronomia.
Semente Pirata
Devido a uma fiscalização
ainda deficiente, aos entraves burocráticos,
à curiosidade por uma nova tecnologia e,
principalmente, o desconhecimento dos produtores
de soja sobre os prejuízos que pode causar
o uso de sementes piratas ou sem origem e integridade
genética garantida, a utilização
dessa prática tem preocupado muito as instituições
ligadas ao agronegócio.
No mercado de sementes,
as características de qualidade diferenciam
as sementes melhoradas geneticamente do grão
comum, vendido muitas vezes como semente pirata.
A semente pirata é aquela comercializada
sem a permissão do obtentor da cultivar,
sem origem oficial, sem garantia de qualidade e
integridade genética. Com isso todos perdem,
principalmente o agricultor, que potencialmente
está utilizado uma mercadoria de qualidade
inferior.
A semente pirata
pode conter ainda misturas de sementes não-transgênicas,
devido à baixa qualidade na colheita e no
beneficiamento, dificultando o estabelecimento da
população de plantas, após
a utilização do glifosato no controle
das plantas daninhas. Tudo isso, resulta na degeneração
das variedades, reduzindo significativamente as
produtividades, trazendo grandes prejuízos
para todo o agronegócio da soja no País.
As conseqüências
dos danos causados pela utilização
de sementes- pirata à sojicultura brasileira
são incalculáveis. Além dos
prejuízos diretos que a semente pirata fatalmente
causa a cada agricultor, os prejuízos indiretos
são ainda mais danosos e com efeitos mais
profundos e abrangentes. O seguimento mais afetado
será o do setor sementeiro, em seguida o
da pesquisa e, finalmente, o agricultor, que verá
seus problemas aumentarem, sua produtividade reduzir
e não terá a pesquisa para mantê-lo
em ascensão técnica ou socorrê-lo
quando precisar.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Liliane Castelões)