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MANEJO COMERCIAL DE JACARÉ
É NOVA APOSTA DE INVESTIMENTOS NO
PANTANAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(13/06/05) -O manejo
do jacaré-do-pantanal (Cayman yacare) em
sistema aberto de produção e recria
(headstarting) é a mais nova aposta do Ibama
para tentar estabelecer o uso comercial e sustentável
da espécie que já esteve à
beira da extinção devido à
caça indiscriminada. O instituto autorizou
o Centro Nacional de Répteis e Anfíbios-
RAN a implantar, a partir deste mês, o sistema
headstarting em áreas de maior demanda por
sistemas alternativos de produção
no Pantanal.
A idéia é estimular pequenos e médios
produtores a assumirem a atividade. "A carne
do jacaré é cada vez mais apreciada
pelo seu sabor silvestre e baixo índice de
gordura. O couro tem compradores certos no mercado
nacional e internacional que produz e consome os
sofisticados artigos feitos com a pele do animal",
disse Rômulo Mello,diretor de Fauna e Recursos
Pesqueiros do Ibama. O sistema de produção
e recria funciona assim: os ninhos na natureza são
protegidos pelos fazendeiros, que garantem a incubação
e a eclosão dos ovos. Ao nascerem, os filhotes
são mantidos em ambiente muito parecido com
aquele onde eles vivem naturalmente no Pantanal.
A alimentação é reforçada
com técnicas que atraem para o local as presas
naturais do jacaré-do-pantanal, tais como
insetos e outros invertebrados. Um ano depois, já
na fase juvenil, e medindo cerca de meio metro,
os animais são marcados e devolvidos ao seu
habitat natural,onde passam a viver em liberdade.
Depois de adotar todas essas medidas, os fazendeiros
têm o direito de capturar jacarés que
já habitam a fazenda, respeitando a cota
de sessenta por cento do número de animais
recriados e soltos na área do manejo. O abate
será feito somente em entrepostos credenciados
pela inspeção sanitária.
"Esse sistema garante a sustentabilidade da
espécie na natureza, já que o fazendeiro
garante a sobrevivência de animais que poderiam
ter sido predados ainda na fase de ovo ou no primeiro
ano de vida", explica Marcos Coutinho, do RAN.
Segundo ele, cerca de vinte e cinco por cento dos
ovos postos pelas fêmeas no ambiente natural
são perdidos e somente vinte por cento dos
jovens recém-nascidos sobrevivem aos predadores
naturais e às intempéries climáticas.De
acordo com o pesquisador, essa tecnologia de criação
do jacaré já é utilizada em
outros países que exploram comercialmente
os crodocilianos.
O manejo do jacaré-do-pantanal ficou limitado
até meados do ano 2000 porque os Estados
Unidos mantinham a espécie na lista de espécies
ameaçadas daquele país, fato que impediu
as exportações brasileiras. Com a
retirada da espécie da lista vermelha americana,
o comércio internacional de subprodutos do
jacaré volta a ser atrativo para os produtores
nacionais. Atualmente, a produção
pantaneira mal consegue abastecer o mercado da região.
Do ponto de vista interacional, a hora de investir
no manejo sustentável do jacaré-do-pantanal
é agora.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Jaime Gesisky)