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ESPECIALISTAS DISCUTEM
EMISSÕES VEICULARES NO BRASIL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(24/06/05) - Participantes
da IV Conferência Internacional de Emissões
Veiculares recomendaram a revisão dos limites
de emissão do monóxido de carbono,
dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio
para todos modelos de carros vendidos no Brasil.
O evento, promovido
nos últimos dois dias pela Associação
de Fabricantes de Equipamentos para Controle de
Emissões Veiculares da América do
Sul (Afeevas), trouxe a Brasília especialistas
nacionais e internacionais. Eles discutiram melhorias
na eficiência dos combustíveis e opções
para reduzir poluentes emitidos por veículos,
além de trocarem experiências realizadas
no Brasil, Estados Unidos, México, Chile
e Equador.
No Brasil, desde
1986, funciona o Proconve, programa de redução
de emissões de gases poluentes e de incentivo
do desenvolvimento tecnológico nacional,
tanto na engenharia automotiva, quanto em métodos
e equipamentos para a realização de
medições de poluentes. Com o programa,
a emissão dos poluentes caiu 99%: passou
de uma média de 54 g/km de monóxido
de carbono para 0,3 g/km.
Para o coordenador
do Proconve, Paulo Macedo, a manutenção
preventiva pelos proprietários de veículos
também ajudaria a baixar os percentuais de
emissões. “O brasileiro não tem esse
hábito. O motorista só leva seu carro
ao mecânico quando ele quebra. Não
percebe que a manutenção preventiva,
além de diminuir a emissão de poluentes,
poderia deixar seu carro mais econômico e
eficiente.”
Trabalhos
e Discussões
O programa da conferência englobou questões
de saúde, combustíveis mais limpos
(com menor teor de enxofre na gasolina e no óleo
diesel), busca de soluções dos problemas
do meio ambiente, adoção de novas
tecnologias por parte dos produtores de combustíveis,
inspeção veicular e melhoria no transporte
público.
Os trabalhos apresentados
e os debates realizados durante a conferência
resultaram em uma série de sugestões
ao Conama, à Agência Nacional de Petróleo
(ANP) e aos governos locais. O Conama recebeu o
maior número de sugestões, entre elas,
revisar os limites de emissão do monóxido
de carbono, dióxido de carbono e óxidos
de nitrogênio para todos os veículos,
independente do tipo de combustível utilizado;
definir mais claramente as responsabilidades do
proprietário do veículo e dos profissionais
ou empresas de reparação, atribuindo
a eles as penalidades em caso de violação;
intensificar as discussões para harmonização
das especificações de combustíveis,
limites, normas e procedimentos na América
do Sul, preservando as conquistas brasileiras no
controle de emissões veiculares; reunir as
Resoluções Conama em um texto abrangente
e melhorar os aspectos jurídicos do Proconve.
À ANP coube
a sugestão de melhorar a qualidade dos combustíveis
eliminando o enxofre da gasolina e do óleo
diesel e aos governos locais a adoção
de políticas de substituição
de frotas antigas e metas decrescentes para o potencial
poluidor médio para as frotas de uso intenso
e a busca de políticas de incentivos para
a antecipação de combustíveis
limpos e veículos de baixa emissão
nos grandes centros urbanos.
Segundo o presidente
da Afeevas, Roberto Pereira, o Brasil está
no caminho certo, mas ainda há muito para
fazer em relação à emissão
de poluentes. Ônibus e caminhões são
considerados pelos especialistas as fontes predominantes
da poluição atmosférica, principalmente
nas grandes metrópoles.
Um estudo realizado
pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB) verificou que as emissões de poluentes
poderão diminuir significantemente nos próximos
20 anos. Porém, a maior dificuldade encontrada
pelos produtores de combustível é
reduzir a presença dos óxidos de nitrogênio
nos motores a diesel dos veículos pesados.
Isso significa a perpetuação dos graves
problemas que o planeta enfrenta hoje em relação
à camada de ozônio.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Telma Peixoto