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MINISTÉRIOS PROPÕEM
POLÍTICA DE CRÉDITO COM CRITÉRIOS
AMBIENTAIS E AGUARDAM AVALIAÇÃO
DA CASA CIVIL
Panorama
Ambiental
Santarém (PA) – Brasil
Junho de 2005
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23/06/2005 – Os
ministérios do Meio Ambiente, da Fazenda,
da Integração e do Trabalho e Emprego
elaboraram em conjunto uma proposta de política
de crédito sustentável. "A proposta
está na Casa Civil, aguardando a análise
da nova ministra-chefe, para que então seja
encaminhada ao presidente da República",
revelou Gilney Viana, secretário de Políticas
para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério
do Meio Ambiente (MMA).
O projeto consiste em incluir, por meio da edição
de uma medida provisória, critérios
de sustentabilidade ambiental nos fundos e sistemas
de crédito do governo federal. Além
disso, dois projetos de lei proporiam a exigência
de atendimento de critérios ambientais também
para a rede bancária privada, instituindo
o chamado "protocolo verde".
Viana apresentou a proposta de mudanças na
política de crédito na mesa temática
"Novo Padrão de Financiamento",
realizada em Santarém (PA) no terceiro dia
do Seminário Nacional de Avaliação
do Programa Piloto para Proteção das
Florestas Tropicais do Brasil (PPG7).
Márcia Muchagata, representante da Secretaria
de Agricultura Familiar (SAF) do Ministério
do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), apontou
que o maior obstáculo para que os povos da
floresta tenham acesso ao crédito é
a dificuldade de provar à instituição
financeira que seu produto tem viabilidade econômica.
"Faltam dados científicos, sistematização
das experiências de sucesso que ajudem a mostrar
que os projetos de desenvolvimento sustentável
dão retorno financeiro", lamentou ela.
"Infelizmente, o fato é que vivemos
em uma sociedade capitalista, então devemos
financiar produtos que tenham sustentabilidade econômica.
Mas também queremos que o mercado tenha sustentabilidade
ambiental. Só assim a gente vai sair do financiamento
marginal de algumas iniciativas para disputar o
setor da economia que é hegemônico",
defendeu Viana.
O Programa Piloto é fruto da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio 92), uma iniciativa de cooperação
multilateral voltada ao teste e desenvolvimento
de estratégias inovadoras de proteção
e uso sustentável das florestas tropicais
brasileiras. Desde a sua criação,
já investiu 400 milhões de dólares
em projetos na Amazônia e na Mata Atlântica.
Os recursos da Alemanha, União Européia,
Reino Unido, Estados Unidos, Holanda, Japão,
França e Canadá são canalizados
por meio de um Fundo Fiduciário de Florestas
Tropicais (RTF), administrado pelo Banco Mundial.
A coordenação-executiva do programa
é da Secretaria de Coordenação
Amazônica (SCA) do Ministério do Meio
Ambiente.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi