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SEMINÁRIO DISCUTE
CONTRIBUIÇÕES DO PPG7 PARA
A AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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15/06/2005 O Ministério
do Meio Ambiente promove de 21 a 24, em Santarém,
no Pará, o Seminário Nacional do Programa
Piloto para Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil (PPG7). O encontro discutirá
as contribuições que o Programa Piloto
vem prestando, há mais de dez anos, para
o desenvolvimento sustentável na Amazônia
e como essas experiências podem colaborar
com o governo federal na formulação
de políticas públicas para a região.
Serão discutidas estratégias de incorporação
dos aprendizados do programa nas políticas
públicas, tendo como foco o Plano Amazônia
Sustentável (PAS), que reúne as diretrizes
do governo federal para a implementação
de uma política nacional de desenvolvimento
para a região, por meio de duas ações:
o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável
para a Área de Influência da Rodovia
Cuiabá-Santarém (Plano BR-163 Sustentável)
e do Plano de Ação, Prevenção
e Combate ao Desmatamento e às Queimadas.
Durante o seminário - O Programa Piloto para
Proteção das Florestas Tropicais do
Brasil: Resultados, Lições e Desafios
para o Desenvolvimento Sustentável na Amazônia
-,serão apresentados e debatidos os resultados
dos subprogramas e projetos apoiados pelo Programa
Piloto, que atuam em várias linhas como produção
sustentável, manejo florestal, educação
ambiental e fortalecimento de instituições
públicas envolvidas com a formulação
de políticas ambientais. Nessa linha estão
incluídos os Projetos Demonstrativos (PDAs),
Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável
na Amazônia (Promanejo), Projeto de Manejo
dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea)
e Subprograma de Políticas de Recursos Naturais
(SPRN).
Os projetos financiados pelo programa são
desenvolvidos pelas próprias comunidades,
entre elas, seringueiros, extrativistas, povos indígenas,
agricultores familiares e quilombolas, entidades
da sociedade civil como as redes de ONGs Grupo de
Trabalho Amazônico (GTA) e Rede Mata Atlântica
(RMA) e dos governos federal e estaduais.
Além desses, também são apoiados
projetos voltados à conservação
de áreas protegidas (florestas nacionais,
reservas extrativistas e terras indígenas);
à pesquisas científicas para promover
geração e disseminação
de conhecimentos relevantes à conservação
e ao desenvolvimento sustentável das florestas
tropicais; e à disseminação
para divulgação ampla dos aprendizados
gerados visando influenciar políticas públicas.
O Programa Piloto é coordenado pela Secretaria
da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente
e envolve em sua execução a Secretaria
de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Secretaria
de Biodiversidade e Florestas (SBF) e Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Envolve ainda os ministérios
da Justiça (Fundação Nacional
do Índio) e da Ciência e Tecnologia.
Criado em 1992, durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio 92), o programa é
uma das maiores iniciativas de cooperação
multilateral voltada à temática ambiental
em âmbito global. Desde sua criação,
o programa já investiu cerca de 400 milhões
de dólares em projetos na Amazônia
e na Mata Atlântica. Os países doadores
de recursos são a Alemanha, União
Européia, Reino Unido, Estados Unidos, Holanda,
Japão, França e Canadá. Os
recursos são canalizados por meio do Fundo
Fiduciário Holanda, Japão, França
e Canadá. Os recursos são canalizados
por meio do Fundo Fiduciário de Florestas
Tropicais (RFT), administrado pelo Banco Mundial,
e cooperação internacional.
PDA - Desde o seu início,
em 1995, o PDA já apoiou 194 projetos (147
na Amazônia e 47 na Mata Atlântica).
Os projetos demonstrativos vêm contribuindo
para orientar as políticas municipais afinadas
com o desenvolvimento sustentável, como nos
municípios de Juína (MT), Wanderlândia
(TO), Rolim de Moura (RO) e Parauapebas. As metas
dos projetos relacionadas às atividades de
recuperação de áreas degradadas,
implantação de viveiros e distribuição
de mudas nativas ganharam dimensão municipal
ao ser incorporadas nos programas de governo.
As experiências envolvem mais de seis mil
famílias que trabalham com sistemas agroflorestais
e recuperação de áreas degradadas;
manejo de recursos florestais e de recursos aquáticos;
preservação ambiental; e segurança
alimentar. Por meio de atividades que incluem a
produção, beneficiamento e comercialização
de produtos (polpa de frutas, mel, palmito de açaí
e de pupunha, doces, castanhas, pescados e óleos
vegetais) criam-se alternativas de geração
de renda e de melhoria na qualidade de vida das
populações envolvidas.
Promanejo- O programa também tem apoiado
iniciativas que buscam inovar os modelos de gestão
nas Florestas Nacionais. Experiência nesse
sentido vem sendo realizada na Flona Tapajós,
no oeste paraense, uma das áreas mais visadas
para a expansão da fronteira agrícola.
Com extensão de 545 mil hectares, a área
conta com 29 comunidades onde vivem 1,9 mil
famílias parceiras do programa na execução
de projetos. Destacam-se experiências de melhoria
das práticas de extração e
manuseio do látex, produção
de óleo de andiroba e fabricação
de móveis, utilizando-se, neste último
caso, a madeira caída. São ainda desenvolvidas
atividades de manejo comunitário, educação
ambiental, ecoturismo e controle e vigilância.
Além dessas ações, que no âmbito
do programa são coordenadas pelo Promanejo,
também se tem buscado capacitar as comunidades
em temas relacionados aos aspectos legais domanejo
florestal, práticas de manejo e operações
de transformação, beneficiamento e
comercialização de produtos florestais.
Associado a essas iniciativas encontra- se em fase
de
experimentação um sistema de monitoramento
e controle para identificar a procedência
da madeira em toras. O funcionamento do sistema
se baseia em tecnologias de comunicação
móvel, rastreamento do transporte da madeira
em toras via satélite, a partir de um banco
de dados "on line". O sistema vem sendo
testado no Pará e Amazonas.
ProVárzea
- Sistema semelhante vem sendo desenvolvido pelo
ProVárzea para controlar o uso dos recursos
naturais da Várzea. O sistema, descentralizado
e participativo, envolve entidades governamentais
e da sociedade civil em duas áreas piloto
- Santarém, no Pará, e Parintins,
no Amazonas. Nessas áreas são realizadas
experiências de gestão compartilhada
da várzea para melhorar a eficiência
do sistema de controle e fiscalização,
bem como a regulação e gestão
dos recursos. Em Parintins, o programa contribuiu
para a reativação do Conselho Rural
Sustentável. Em Santarém, a Unidade
de Defesa Ambiental (Unida) é uma parceria
de diversas entidades como Ibama, Polícia
Civil, Polícia Militar, Capitania dos Portos,
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que tem atuado
na fiscalização e controle do ambiente.Além
desses fóruns que congregam governo e sociedade
civil, é também nesses municípios
que são desenvolvidas ações
em torno dos Agentes Ambientais Voluntário
e Acordos de Pesca. A revisão da Instrução
Normativa do Programa Agentes Ambientais Voluntário,
executado pelo Ibama, teve a participação
decisiva do ProVárzea que incentivou sua
discussão pública e democrática
em torno do órgão e das comunidades
envolvidas. As áreas piloto capacitam e monitoram
lideranças comunitárias que se dispõem
a ocupar o papel de educadores ambientais em suas
localidades.
Os Acordos de Pesca também têm sido
importantes para resolver o ordenamento e os conflitos
em torno dos recursos pesqueiros. A iniciativa,
oriunda das comunidades ribeirinhas, está
consolidada, após regulamentação
da Instrução Normativa nº 29.
SPRN
- O Subprograma de Políticas de Recursos
Naturais tem por objetivo capacitar instituições
públicas para formular e implementar políticas
ambientais mais efetivas, sob a ótica da
gestão compartilhada entre a União,
Estados e municípios, em cooperação
com organizações da sociedade civil
e setor privado. Além de ter sido responsável
pela estruturação e capacitação
técnica de muitos órgãos estaduais,
o SPRN também promoveu o zoneamento ecológico-econômico
em diversas áreas da Amazônia; viabilizou
a implantação de sistemas informatizados
de licenciamento ambiental em propriedades rurais
e apoiou a construção das bases cartográficas
digitais dos estados da região. Por meio
do Programa de Capacitação Ambiental
(PCA), executado entre 1999 e 2003 no Amapá,
Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima
e Tocantins, promoveu cerca de 450 cursos e treinamentos,
atingindo diretamente 10 mil pessoas. Além
disso, estão sendo executados os Programas
Estaduais de Capacitação Ambiental
(Peca) nos nove estados da Amazônia em parceria
com o Instituto Banco Mundial (WBI). O Subprograma
está disponibilizando 14 milhões de
dólares ao Fundo Nacional do Meio Ambiente
(FNMA) para fortalecimento da gestão ambiental
e a construção das Agendas 21 locais
em municípios da região amazônica.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom