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ENERGIA EÓLICA É
SOLUÇÃO PARA AMAEÇAS
DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2005
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Cerca de 12% da
eletricidade mundial pode ser fornecida pelo vento;
são 11 bilhões de toneladas de CO2
a menos até 2020, diz relatório internacional.
Brasil lidera a revolução eólica
na América Latina.
O Greenpeace e o
Conselho Global de Energia Eólica (GWEC)
lançaram ontem o relatório Wind Force
12, um projeto da indústria eólica
que descreve como o poder do vento pode fornecer
12% da eletricidade mundial até 2020. A divulgação
é realizada uma semana antes da reunião
do G8 (7 e 8 de julho), que contará com a
participação do Presidente Lula. As
mudanças climáticas foram estabelecidas
como prioridade do encontro.
O relatório
Wind Force 12 demonstra que não há
barreiras técnicas ou econômicas para
o suprimento de 12% das necessidades globais de
energia a partir de uma matriz eólica até
o ano 2020. O relatório também é
uma ferramenta crucial na corrida para diminuir
em 12% o efeito estufa causado pelas emissões
de gás. O documento também explicita
o fato de 13 países-chave desempenharem papel
de liderança no crescimento da energia eólica:
Austrália, Brasil, Canadá, China,
Estados Unidos, França, Índia, Itália,
Japão, Filipinas, Polônia, Turquia,
Reino Unido.
Na América
do Sul, o Brasil emergiu como o mercado mais promissor
para o desenvolvimento da energia eólica.
Como maior país do continente, atualmente
obtém 70% de sua energia de grandes usinas
hidrelétricas. O Proinfa (Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia) garante
a instalação de 3300 MW de capacidade
renovável até o final de 2006, uma
das metas mais ambiciosas do mundo. Espera-se que
aproximadamente um terço (1000 MW) desse
total venha de energia eólica. O Centro Brasileiro
para Energia Eólica prevê que sejam
instalados até 1350 MW de capacidade eólica
até o final de 2006. Em uma segunda etapa
do programa Proinfa, o governo brasileiro estabeleceu
uma meta de que 10% da eletricidade do País
será proveniente de fontes renováveis
(vento, biomassa e pequenas hidrelétricas)
até 2022. Isso poderá significar algo
entre 100 e 200 MW de capacidade eólica sendo
instalados a cada ano.
“É fundamental
que o governo e o parlamento garantam a implementação
da segunda fase do Proinfa, estimulando um aumento
significativo da participação das
energias renováveis (solar, eólica,
biomassa e pequenas hidroelétricas) na matriz
energética brasileira”, disse Marcelo Furtado,
diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil.
Diferentemente de
combustíveis convencionais, a energia eólica
é uma fonte de energia permanentemente disponível
em praticamente todos os países. Traz os
benefícios da energia limpa e elimina os
custos de outros combustíveis, evitando também
os riscos prolongados de outras fontes e dependência
econômica e política pela importação
de outros países.
“A energia eólica
tem um grande papel em nosso futuro e no combate
às mudanças climáticas. Já
é um dos setores da energia que mais cresce
no mundo. Os países do G8 devem encorajar
e apoiar o desenvolvimento do uso do poder do vento
em todo o mundo para garantir que possamos controlar
a emissão de gases causadores do efeito estufa”,
disse Sven Teske, do Greenpeace Internacional. Hoje,
o poder do vento instalado na Europa está
economizando 50 milhões de toneladas de CO2
e tem até 2010 para cumprir um terço
do compromisso de Kyoto com a UE. No relatório,
o valor do mercado mundial para turbinas de vento
deve passar dos atuais 8 bilhões de euros
para 80 bilhões de euros anuais até
2020.
A demanda mundial
de eletricidade pode dobrar de 2002 a 2030, representando
60% dos novos investimentos em tecnologia até
lá. Os dados são da Associação
Internacional de Energia (IEA) que faz a estimativa
de acordo com as atuais tendências. O setor
mundial de energia demanda 4800 GW – 2000 GW disso
no OECD – da nova capacidade para aumentar e substituir
infra-estrutura, num custo de 10 bilhões
de dólares em geração de energia,
transmissão e distribuição.
Até 2030, o setor energético representa
45% das emissões de carbono. As decisões
de investimento feitas agora determinarão
o nível de emissões de dióxido
de carbono por muitas décadas.
O RELATÓRIO
Wind Force 12 é a principal avaliação
de energia eólica. Foi conduzida desde 1999
pela EWEA (Associação Européia
de Energia Eólica) e pelo Greenpeace Internacional.
O relatório de 2005 foi feito pelo Greenpeace
e EWEA para o GWEC (Conselho Global de Energia Eólica).
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa