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ESPECIALISTAS PROPÕEM
POLÍTICAS COM FOCO NO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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30/06/2005 A Ciência,
Tecnologia & Inovação e a Geração
de Riqueza foi o tema da primeira mesa de debate
da 3ª Conferência Regional de CT&I
– Regional Norte, iniciada ontem (29) em Manaus
(AM). A secretária estadual de Ciência
e Tecnologia do Amazonas, Marilene Côrrea
da Silva Freitas, a primeira palestrante da mesa,
acredita que a criação de políticas
públicas contínuas e amplas, que permita
a todo cidadão da região amazônica
o acesso ao conhecimento avançado, é
fundamental para o desenvolvimento e para a geração
de riqueza na região. Segundo ela, são
as próprias instituições da
região que devem redesenhar o futuro de desenvolvimento
da Amazônia.
"A geografia da diferença, do determinismo,
a condição inferior dos institutos
de pesquisa, tem que ser alterada por nós
mesmos", declarou a secretária, que,
em discurso acalorado, enfatizou as desigualdades
regionais em relação à pesquisa
e ao desenvolvimento. Ela disse que é preciso
respeitar o perfil diferenciado da região
amazônica, que congrega 64 povos indígenas
e abrange 42% do território nacional, e desenvolver
processos conectados com a economia, cultura e a
sociedade local. E enfatizou ainda a necessidade
da difusão e popularização
do conhecimento, a capacitação de
recursos humanos, cooperação internacional
e a programação de pesquisa e desenvolvimento
científico e tecnológico.
Uma importante iniciativa para o desenvolvimento
da região foi apresentada no debate pelo
representante da Agência de Negócios
do Acre, Jô Luis Aparecido Fonseca. A entidade
tem o objetivo de promover e atrair investimentos
para o desenvolvimento do Acre, por meio de dois
projetos: o Programa de Promoção de
Negócios, que visa aumentar a competitividade
dos produtos e das empresas locais, e o Programa
Acre Estado Exportador. "Não adianta
mantermos a historicidade de buscar matéria-prima
em outro lugar e trazer o produto pronto. Precisamos
inovar, colocar o nosso produto, a nossa biodiversidade,
em prol da nossa sociedade”, enfatizou.
O professor da Fundação Centro de
Análise, Pesquisa e Inovação
Tecnológica, Dimas José Lasmar, apresentou
o resultado de sua pesquisa de doutorado, realizado
na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
sobre o aproveitamento dos recursos naturais e os
reflexos da inovação na cadeia produtiva
da Amazônia. Para o professor, é necessário
políticas públicas que estimulem a
aglomeração industrial e que aproximem
as empresas das instituições de P&D.
“É preciso também criar políticas
com o objetivo de capacitar os produtores de matérias-primas
e formar recursos humanos para P&D e negócios
da biodiversidade”, acrescentou.
A última palestrante, a geógrafa da
UFRJ, Bertha Becker, defendeu a utilização
do patrimônio natural da região para
a geração de trabalho e renda, a fim
de promover o desenvolvimento econômico e
a inclusão social, sem que o meio ambiente
seja degradado. Bertha enfatizou ainda a necessidade
de organizar a produção, de capitalizar
o produtor familiar e de considerar as diferenças
regionais dentro da própria Amazônia.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom