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LUMINOSO E ECOLÓGICO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2005
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30/06/2005 Experimentos
realizados no Laboratório de Pesquisa em
Físico-Química de Polímeros,
na Universidade de Brasília (UnB), juntaram
dois componentes inusitados. A adição
de óleos naturais a dois tipos de polímeros
gerou resultados interessantes, que poderão
ter diversas aplicações.
Um produto derivado de um fruto típico da
região Amazônica, o óleo de
buriti, foi adicionado na síntese de compósitos
de poliestireno, material utilizado na produção
de copos descartáveis, e do polimetacrilato
de metila, matéria-prima para peças
de acrílico. No primeiro caso, as conseqüências
são importantes fundamentalmente para o meio
ambiente.
Segundo a autora da pesquisa, Jussara Angélica
Durães, o óleo de buriti mostrou-se
capaz de acelerar a degradação do
polímero. "Ainda é cedo para
dizer com exatidão o quanto é possível
diminuir o tempo de degradação do
novo material. Mas, a partir do momento em que o
óleo não se modifica na estrutura
do polímero, existem várias partes
dentro do plástico que certamente irão
se degradar com mais rapidez", disse a química
à Agência FAPESP. Plásticos
comuns podem levar até 450 anos para se decompor.
O estudo Compósitos fotoprotetores obtidos
a partir do poliestireno e do polimetacrilato de
metila dopados com óleo de buriti foi orientado
por Maria José Sales, professora do Instituto
de Química da UnB. O trabalho foi desenvolvido
em parceria com Sanclayton Geraldo Moreira, professor
da Universidade Federal do Pará (UFPA), responsável
pela extração do óleo e pelas
medidas das propriedades ópticas dos compósitos.
A adição do óleo de buriti
ao polimetacrilato de metila também gerou
uma conseqüência importante. O polímero
passou a absorver a radiação solar
e a funcionar como elemento fotoprotetor. "O
óleo natural faz com que o material consiga
absorver radiação solar na região
do ultravioleta. Isso ocorre porque o plástico
incorpora com facilidade as propriedades do óleo,
permitindo também que o material se torne
fotoluminescente, capaz de emitir luz na região
do visível", explica a orientadora Maria
José Sales.
Os pesquisadores acreditam que o novo material poderá
ser utilizado, por exemplo, na fabricação
de óculos escuros para bloquear a ação
do sol e na fabricação de Leds, diodos
emissores de luz muito utilizados em aparelhos eletrônicos.
Fonte: Agência Fapesp (www.agencia.fapesp.br)
Assessoria de imprensa (Thiago Romero)