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EM CONGRESSO, ESTUDANTES
E CIENTISTAS DEBATEM PRIORIDADES PARA PRESERVAÇÃO
DA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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08/07/2005 - O desafio
de conciliar a conservação ambiental
e o desenvolvimento rural na Amazônia, os
modelos de assentamento rural e seus impactos na
fragmentação das paisagens amazônicas,
e o desafio para a fixação de jovens
cientistas na região, são alguns dos
trabalhos que serão apresentados no 2º
Congresso de Estudantes e Bolsistas (CEB) do Projeto
LBA – Projeto de Larga Escala da Biosfera Atmosfera
da Amazônia, a acontecer a partir da próxima
segunda-feira (11) até o dia 13, em Manaus
(AM). O LBA está sob a supervisão
do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT) e é coordenado pelo Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).
Mais de 410 estudantes de graduação,
mestrado e doutorado, estarão reunidos em
sessões plenárias, mesas-redondas
e apresentações orais para debater
trabalhos desenvolvidos sobre a Amazônia.
Eles vêm de estados como Rondônia, Pará,
Acre, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso e
de países da Amazônia Sul-americana.
Pesquisadores de diferentes instituições
brasileiras também vão estar presentes
para proferir palestras, entre eles, Carlos Nobre,
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT),
Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo
(USP), e Carlos Cerri, do Centro de Energia Nuclear
na Agricultura (Cena-USP). Nobre abordará
o tema O LBA e sua importância para o futuro
da Amazônia; Cerri falará sobre O LBA
no contexto dos programas de mudanças climáticas
globais, e Artaxo vai proferir a palestra Pesquisas
científicas no meio ambiente amazônico:
o que ainda há por fazer?.
Segundo a coordenadora do Comitê de Treinamento
e Educação do LBA, a pesquisadora
Regina Luizão, do Inpa, quando o projeto
iniciou, em 1995, a meta era promover o crescimento
de 20% do número de doutores para trabalharem
na Amazônia. Na época, havia cerca
de 500. "Em 2003, a meta foi alcançada
com a formação de 100 doutores. E
em 2005 já havia 856 pessoas participando
do projeto, sendo 330 bacharéis, 270 mestres,
256 doutores e cerca de 30 pós-doutores",
afirmou.
"O 2º CEB representa o cumprimento do
compromisso de formação de recursos
humanos de alto nível que foi muito além
da expectativa. Do ponto de vista da região
amazônica, representa um grande salto qualitativo
e quantitativo de jovens pesquisadores, formados
dentro de um conceito de integração
de disciplinas, isto é, com formação
científica bastante ampla da gestão
ambiental amazônica", acrescentou o gerente
de Implementação do LBA, Antônio
Ocimar Manzi.
Competências
Regina Luizão
explicou que o congresso é útil para
se discutir o que foi feito pelo LBA, ou seja, a
contribuição para a Amazônia
e para os países da Bacia Amazônica,
em educação e treinamento, e o que
há ainda para ser feito. "Discutir esses
pontos é fundamental, porque a região
ocupa cerca de 60% do território nacional.
É um local estratégico. E essa reunião
é a coroação de tudo isso que
já foi realizado em treinamento e educação.
Destina-se a divulgar e consolidar o excelente trabalho
dos 220 jovens cientistas e estudantes participantes,
fruto de uma parceria bem sucedida entre centros
de ensino e pesquisa do Brasil, EUA, de países
da América do Sul e da comunidade européia",
afirmou Regina. Ela encerrará o ciclo de
palestras no primeiro dia, falando sobre o tema
O papel do LBA no fortalecimento de competências
na Amazônia.
Além da divulgação dos trabalhos,
pretende-se discutir no Congresso formas de implementar
novos programas de intercâmbio e ampliar parcerias
com instituições amazônicas
de ensino e pesquisa e o LBA, além de debater
propostas e planos de ação para futuras
iniciativas de treinamento e educação
do LBA. Além do Inpa, o Comitê é
formado por outras instituições de
ensino e pesquisa do Brasil, entre elas, o Museu
Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), as universidades
federais do Pará (UFPA) e de Mato Grosso
(UFMT), a Embrapa, o Inpe, o Cena-USP e a Universidade
de Rondônia (UNIR). Para que o evento fosse
possível, o Comitê investiu mais de
R$ 200 mil. Parte dos recursos foi usada na compra
de passagens aéreas e diárias em um
hotel local para cerca de 80 estudantes.
Infra-estrutura
Pela primeira vez
realizado em Manaus, o CEB contará com estrutura
para atender participantes e jornalistas, que serão
credenciados na coordenação do evento.
Será montada uma sala de imprensa com linhas
telefônicas e acesso à internet. Mais
informações podem ser adquiridas no
site do Inpa (www.inpa.gov.br),
no link do Congresso.
O LBA
O Projeto de Larga
Escala da Biosfera Atmosfera da Amazônia nasceu
da preocupação da comunidade científica
nacional e internacional com as grandes alterações
que a Amazônia vem sofrendo em seu ambiente
natural, e que poderão afetar a sua capacidade
básica de auto-renovação. Presume-se
que a alteração dos ciclos de água,
energia solar, carbono e nutrientes, resultantes
da mudança em sua cobertura vegetal, possa
acarretar conseqüências climáticas
em escalas local, regional e global. Sob esse cenário,
a Amazônia passou a ser incluída nas
discussões dos grandes programas internacionais
de Mudanças Climáticas. Em 1998, foi
firmado o acordo internacional de cooperação
científica com o governo brasileiro e deu-se
início à implementação
do Experimento LBA sob a supervisão do MCT
e a coordenação do Inpe com financiamento
de diversas agências de fomento brasileiras,
da Nasa e Comissão Européia. Em 2002,
o Inpa assumiu a coordenação do Experimento.
Desde então, o LBA vem desenvolvendo 123
projetos conjuntos.
Fonte: Ministério da Ciência
e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa/INPA