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IAP FISCALIZA PRÁTICA
DE CULTOS RELIGIOSOS NA SERRA DO MAR
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Julho de 2005
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07/07/2005 - Fiscais
prenderam quatro pessoas pela extração
de cerca de três metros cúbicos de
vegetação nativa da Unidade de Conservação
Ambiental entre Quatro Barras e Morretes.
Fiscais do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) apreenderam, na
última quinta-feira (30), cerca de três
metros cúbicos de vegetação
nativa extraída para cultos religiosos de
umbanda e candomblé, na Serra do Mar.
O material, suficiente para encher um caminhão,
foi retirado das proximidades do Rio do Corvo, na
divisa entre os municípios de Quatro Barras
e Morretes.
Quatro pessoas foram detidas em flagrante por crime
ambiental. A operação, criada para
fiscalizar e orientar a realização
de cultos religiosos prossegue até domingo
(03).
Entre as espécies apreendidas encontravam-se
bromélias e paus-d´água, vegetação
típica da região. De acordo com o
presidente do IAP, Rasca Rodrigues, o material seria
utilizado para decoração de cultos
e também seria comercializado. “Trata-se
de extração de vegetação
nativa dentro de uma Unidade de Conservação
e, nesses casos, a multa pode chegar a R$ 4 mil”,
disse.
Velas – A iniciativa de fiscalizar a prática
dos cultos surgiu quando o Instituto detectou a
presença de diversos tipos de lixo na Área
de Especial Interesse Turístico (AEIT) do
Marumbi. Um diagnóstico apontou a realização
de cultos como principal gerador de resíduos
como cestos de vime, louças, alimentos, animais
mortos e restos de vela. No final de abril, operação
similar foi realizada na Serra do Mar e recolheu
uma tonelada de resíduos provenientes de
cultos religiosos praticados nos rios de Morretes.
O IAP enviou ofício às três
principais organizações que representam
os praticantes das religiões de origem africana
(Confederação de Umbanda Alpha Omega
do Paraná, Federação Paranaense
de Umbanda e Candomblé e Superior Órgão
Internacional de Umbanda e dos Cultos Afro), comunicando
a exigência de licenciamento para realização
dos cultos dentro da AEIT.
De acordo com o presidente do IAP, a emissão
de licenciamentos para prática de cultos
dentro da Unidade de Conservação foi
suspensa por tempo indeterminado, até que
todos os resíduos da prática sejam
retirados do meio ambiente. “O material recolhido
está sendo armazenado em sacos plásticos
para ser levado ao aterro sanitário mais
próximo”, completou Rasca.
Alimentação – Rasca ainda destacou
que estes resíduos, além de degradar
as margens dos rios, provocam alteração
nos habitat dos animais que vivem na AEIT. Como
exemplo, ele cita mudanças na alimentação
de mamíferos de pequeno porte, como tatu
e gambá, que usam a carne utilizada nos cultos
como alimento.
“Após terem sido advertidos, a continuidade
dos cultos em Áreas de Preservação
Permanente (APP) leva a sanções previstas
em lei por uso indevido – com poluição
– das APPs”, disse o chefe do Escritório
Regional do IAP de Curitiba (ERCBA), João
Carlos Diana. De acordo com ele, Curitiba é
uma das capitais com maior número de centros
dessas religiões do país. Ele explica
que foi diagnosticado que grande parte dos cultos
tem sido realizada por pessoas de Santa Catarina,
onde a prática em Áreas de Preservação
também é proibida.
Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente do Paraná (http://www.pr.gov.br/meioambiente/index.shtml)
Assessoria de imprensa