|
IBAMA NOTIFICA IRMÃOS
POR DERRUBAREM 46 HECTARES DE MATA ATLÂNTICA
NA BAHIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
|
 |
(06/07/05) - A Gerência
do Ibama em Eunápolis, em parceria com o
escritório de Ilhéus, no Sul da Bahia,
multaram no dia 04/07 dois homens pelo desmatamento
de 46 hectares de Mata Atlântica, no município
de Mascote, localizado entre Porto Seguro e Itabuna
- a 100 quilômetros de Eunápolis. Os
irmãos Vinícius e Robson Logrado Cedro
comandavam o trabalho de 12 trabalhadores, montados
em tratores de esteira e equipados com serras elétricas.
A área derrubada equivale a cerca de 50 campos
de futebol. A multa foi de R$ 69.270,00, pelo desmatamento
em estágio inicial e médio. Este valor
pode crescer quando os técnicos concluírem
o laudo, que pode indicar a devastação
de áreas de preservação permanente.
O Ibama fez o flagrante
após denúncia de que os irmãos
pretendiam derrubar 700 hectares da mata. O corte
da Mata Atlântica (hoje reduzida a 7% da área
original) é proibido pelo decreto 1000/93.
A pena para quem comete esse crime, prevista na
Lei de Crimes Ambientais, é de três
anos de prisão. A ação em Mascote
contou com apoio da Diretoria de Proteção
Ambiental (Dipro/Ibama).
Notificados a dar
depoimento, os irmãos Cedro compareceram
nesta quarta-feira na Gerência do Ibama de
Ilhéus.
Segundo o gerente
executivo do Ibama em Eunápolis(BA), José
Augusto Tosato, a derrubada da madeira ocorria numa
região de fronteira agrícola. “A ação
dos irmãos se torna ainda mais grave porque
atuavam em uma região muito próxima
à zona cacaueira, área que concentra
a maior biodiversidade do planeta, fato este atestado
pelo Ministério do Meio Ambiente, pela Comissão
Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira e até
pela direção do Jardim Botânico
de Nova Iorque”, explica o gerente.
De acordo com Tosato,
fazendeiros migram para a chamada fronteira agrícola
por causa da valorização das terras
no extremo sul da Bahia. O preço delas quintuplicou
graças ao interesse de fabricantes de Eucalipto
e Celulose e de pecuaristas. Com isso, os fazendeiros
vendem caras as terras no sul e compram novas terras
a preços baixos, na fronteira agrícola.
Segundo o gerente, os riscos de danos ambientais
são ainda maiores quando se sabe que empresas
de Eucalipto e Celulose já começam
a estender seu interesse também para a zona
cacaueira, seguindo os passos dos fazendeiros.
A Diretoria de Proteção
Ambiental (Dipro/Ibama) trabalha em um plano para
preservação da Mata Atlântica.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Rubens Amador)