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PROJETO APROVADO NA CÂMARA
PREVÊ EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL
DE FLORESTAS PÚBLICAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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08/07/2005 – Combater
o desmatamento da Amazônia sem deixar de aproveitar
o potencial econômico da região. Em
síntese, esse é o objetivo do projeto
de lei 4776/05, aprovado anteontem (6), às
23h45, pela Câmara dos Deputados. De autoria
do poder Executivo, o projeto prevê a concessão
de florestas públicas para exploração
sustentável da iniciativa privada.
"Esse projeto
foi concebido no âmbito do plano de prevenção
e controle ao desmatamento, pois é consenso
entre os especialistas e as instituições
que trabalham com a Amazônia que somente a
valorização da floresta em pé
é que poderá mudar o modelo de desenvolvimento
econômico hoje implementado na região,
que se baseia na substituição da floresta",
explica o secretário de Biodiversidade do
Ministério do Meio Ambiente (MMA), João
Paulo Capobianco.
A concessão
será feita por meio de licitação,
com o objetivo de privilegiar as empresas que oferecerem
o melhor preço e cujos projetos tenham o
menor impacto ambiental e o maior benefício
socioeconômico. Capobianco afirma ainda que
os vencedores não terão direito à
posse da terra, apenas receberão o direito
de uso das florestas, que continuam a ser patrimônio
da União.
"O projeto não
é um projeto de concessão, é
um projeto de gestão de florestas públicas
sendo que a possibilidade de concessão só
é analisada após a identificação
se aquela área deve ser transformada em reserva
ambiental ou se ela deve ser destinada ao uso de
uma população tradicional. Somente
depois de esgotadas essas duas alternativas é
que ela pode ser objeto de concessão",
informa o secretário.
As florestas poderão
ser utilizadas tanto para fins extrativistas, como
a retirada de madeira, quanto para atividades não-extrativistas,
como o ecoturismo. A concessão será
limitada ao prazo máximo de 40 anos e apenas
para empresas brasileiras. Segundo Capobianco, com
exceção das áreas protegidas,
que compreendem as terras indígenas e as
unidades de conservação, cerca de
45% da Amazônia é de terras da União.
Dentro desse percentual, a projeto de lei estabelece
que, nos primeiros dez anos, apenas 20% das terras
da União poderá se licitada.
No projeto aprovado
também consta uma emenda que protege os pequenos
empreendedores e garante o direito de continuidade
por cinco anos das atividades que já são
desenvolvidas em terras de até 2,5 mil hectares.
O controle das concessões
e gestão das florestas ficará a cargo
do recém-criado Serviço Florestal
Brasileiro (SFB), e os recursos advindos das concessões
irão compor o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal (FNDF). O projeto será agora analisado
pelo Senado Federal e, se aprovado, segue para a
sanção presidencial. Segundo o secretário,
o objetivo é aplicar alguns dos dispositivos
previstos na lei ainda neste ano.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Irene Lôbo