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BRASIL PRENDEU 35 PERUANOS
POR ROUBO DE MADEIRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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11/07/2005 - Em
quase um ano de sobrevôos e ações
por terra contra o roubo de madeira brasileira no
Acre, 35 peruanos foram presos e 3,5 mil metros
de madeira foram apreendidos. Nesse período,
três brasileiros também foram detidos
transportando cocaína pela fronteira. Eram
"mulas" do narcotráfico.
Essa é parte do saldo de operações
que o Ibama, Polícia Federal e Exército
vêm realizando em parte da Amazônia
desde agosto de 2004. Na época, o roubo de
madeira foi denunciado à ministra Marina
Silva por Ashaninkas, que vivem na Terra Indígena
Kampa, na fronteira com o Peru.
Apesar da investida do governo brasileiro, que tem
promovido operações mensais na região,
a invasão do País para o roubo de
espécies como mogno e cedro continua. Na
semana passada, mais um peruano foi preso e cerca
de 300 metros cúbicos de madeira em pranchas
foram apreendidos.
Todos os peruanos presos são processados
no Brasil, mas acabam soltos em poucos meses. A
maioria não possui qualquer documento e muitos
são vítimas de trabalho escravo. A
madeira apreendida é sempre destruída,
pois não há estradas de acesso no
lado brasileiro.
Esse problema e o desenvolvimento da fronteira Brasil-Peru
será debatido esta semana entre representantes
dos governos dos dois países em Pucallpa,
na Província de Ucayali, maior pólo
madeireiro peruano. A cidade está a 250 quilômetros
de Cruzeiro do Sul, no Acre.
De acordo com Kléber Ramos Alves, do Ibama,
que participará do encontro, os ladrões
de madeira abriram uma grande quantidade de estradas
clandestinas na floresta, usadas para o roubo de
árvores e como rotas de fuga. "Outra
estratégia é serrar as toras na própria
mata, o que facilita o transporte da madeira",
disse.
A escassez de madeiras nobres no Peru não
seria o único motivo para a invasão
do território nacional. Segundo Alves, o
uso das riquezas brasileiras também seria
uma forma de "economizar" árvores
naquele País.
Após a reunião de Pucallpa, já
no fim de semana, será realizado um sobrevôo
sobre parte do Acre, na fronteira do Brasil com
o Peru. Participarão representantes do Ibama,
da Polícia Federal, do Exército Brasileiro,
do Inrena (Instituto Nacional de Recursos Naturales,
órgão ambiental peruano), do governo
e do Exército do Peru. "Os peruanos
precisam ver de perto a situação para
que possamos chegar a uma solução
para o problema", salientou Alves.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)