|
DEPOENTES SÃO DESMENTIDOS
NA CPI DA BIOPIRATARIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
|
 |
13/07/2005 - Na
audiência da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Biopirataria desta terça-feira
dois depoentes foram pegos em falso testemunho frente
a fitas de áudio enviadas pela revista Veja
que mostraram a contradição do que
diziam.
A audiência pública deu continuidade
à apuração da CPI sobre irregularidades
no plano Safra Legal 2004, que envolve autorizações
do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) para desmatamento
no Pará.
A primeira testemunha a entrar em contradição
foi Gracilene Lima, sócia da empresa HB Lima
Engenharia Florestal.
A CPI apresentou gravação em que o
repórter da revista Veja Leonardo Coutinho
pergunta se um adesivo com a inscrição
"oPTtante do Safra Legal 2004", com as
letras PT em destaque, serviria como salvo-conduto
para liberar o transporte de madeira da fiscalização
do Ibama.
Na fita, Gracilene responde positivamente. Mas no
depoimento negou a afirmação, dizendo
que havia sido um descuido.
Gracilene explicou à CPI que o adesivo fazia
parte de apoio ao candidato à prefeitura
de Anapu, Chiquinho do PT.
Autorização
para desmatamento
O segundo depoente
a se contradizer foi o presidente da Associação
Madeireira dos Municípios de Anapu e Pacajá,
Leivino Ribeiro de Souza. Ele foi pego em falso
testemunho por duas vezes. Na primeira, o presidente
da CPI, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP),
apresentou procuração em que a associação
estava autorizada a representar um assentado e retirar
autorização para desmatamento no Ibama.
Leivino declarou antes que não havia qualquer
documento neste sentido, a não ser que fosse
forjado. Pego em contradição, disse
que sua afirmação se limitava a 2004.
Verba para
campanha
Leivino disse também
no depoimento que jamais teria afirmado ao repórter
da revista Veja que teria gasto R$ 2 milhões
na campanha do candidato Chiquinho do PT na eleição
passada.
Na audiência, foi apresentada a fita de áudio
da entrevista à Veja na qual Leivino confirma
o gasto dos R$ 2 milhões. "Sobre o processo
de gastar dinheiro com madeira e dar dinheiro para
a campanha, foram mais de R$ 2 milhões, certo...."
Após o áudio, Leivino declarou não
se lembrar de ter afirmado aquilo. Ele, porém,
reconheceu que era sua voz na gravação.
Possibilidade de
prisão
O presidente da CPI
disse que os depoentes escaparam de ser presos por
falso testemunho. "Quando se faz o falso testemunho
eles podem sair presos. Portanto, a decisão
que tomamos foi no sentido de incluir esses detalhes
no relatório que vai ser encaminhado ao juiz
e ao Ministério Público."
O deputado Zé Geraldo (PT-PA), citado pela
reportagem da revista como participante de um suposto
esquema de facilitação do desmatamento
no Pará, disse que em nenhum depoimento à
CPI seu nome foi envolvido. Disse ainda que as gravações
apresentadas também não mostram seu
envolvimento.
Zé Geraldo disse que pedirá a convocação
à CPI dos repórteres da Veja como
testemunhas.
Fonte: Agência Câmara
(www.camara.gov.br)
Assessoria de imprensa (Eduardo Tramarim)
Edição (Regina Céli Assumpção)