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GRUPO CASSOL NÃO
POSSUI AUTORIZAÇÃO DA ANEEL
PARA ESTUDOS NO RIO ITUXI, NO AMAZONAS
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Julho de 2005
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18/07/2005 – O grupo
Cassol não possui autorização
da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) para realizar os estudos do inventário
hidrelétrico do Rio Ituxi, em Lábrea,
no sul do Amazonas, informa Gladstone Alvim, administrador
da Superintendência de Gestão e Estudos
Hidroenergéticos da Aneel. Em dezembro de
2003, a Aneel aprovou os estudos realizados na área
pela empresa Concremat Engenharia e Tecnologia,
com sede no Rio de Janeiro, contratada pela própria
agência reguladora.
"O grupo Cassol
está fazendo um novo levantamento porque
o estudo da Aneel apontava uma área de alagamento
muito grande e a intenção é
diminuir os impactos ambientais. Eles depois protocolarão
os resultados na Aneel", declarou Carlos Henrique
Alves, assessor político do governador de
Rondônia, Ivo Cassol, e proprietário
da fazenda onde se localizam as duas cachoeiras
do rio Ituxi que foram objeto do inventário.
O Grupo Cassol pertence à família
do governador e construiu cinco usinas hidrelétricas
de pequeno porte em Rondônia.
Segundo a resolução
nº 393 da Aneel, de 7 de dezembro de 1998,
para se fazer levantamento de campo a fim de definir
o potencial hidrelétrico de uma bacia hidrográfica
é necessário registro prévio
na Aneel. Na sexta-feira (15), o superintendente
regional do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) no Amazonas, João
Pedro Gonçalves da Costa, denunciou a existência
de obras para a construção de uma
usina hidrelétrica no local.
Os técnicos
do Incra que estiveram na área mostraram
fotos e gravações nas quais aparecem
caminhões pesados, aparentemente novos. "Os
caminhões estão trabalhando para um
consórcio de vários fazendeiros locais
na recuperação da Estrada do Boi",
justificou Alves.
A obra foi identificada
durante operação de 35 dias realizada
pelo Incra na região, iniciada no começo
de junho, em parceria com a Polícia Federal
(PF), o Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam) e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
A técnica do Incra Heloísa Reis afirma
que um engenheiro - que se identificou como funcionário
do grupo Cassol - relatou que a usina hidrelétrica
geraria 100 megawatt de energia elétrica,
cinco vezes a quantidade consumida pelo maior município
do interior do Amazonas (Itacoatiara, com 78,5 mil
habitantes). Ele teria ainda afirmado que em pouco
tempo as cachoeiras seriam dinamitadas.Os estudos
aprovados em 2003 apontam que as cachoeiras Fortaleza
e do Meio, no rio Ituxi, possuem juntas potencial
para gerar 95,7 megawatts de energia elétrica.
Tanto o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) quanto o Instituto de
Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam)
foram oficialmente comunicados pelo Incra da denúncia
e declararam que em breve enviarão fiscais
à área.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi