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BRASIL PASSA POR PRIMEIRO
ROUND NA OMC
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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25/07/2005 - O Brasil
participou semana passada da primeira consulta na
Organização Mundial do Comércio
(OMC) sobre a proibição à entrada
de pneus usados europeus para remoldagem no mercado
nacional. Durante reunião em Genebra, Suíça,
representantes dos ministérios do Meio Ambiente,
das Relações Exteriores, da Saúde,
do Ibama e do Inmetro explicaram aos europeus os
motivos ambientais, legais, econômicos e de
saúde para a proibição.
A União Européia reclama que a medida
estaria prejudicando suas exportações,
diz que as motivações nacionais são
apenas econômicas e promete entrar com uma
ação junto à OMC para forçar
a abertura do mercado brasileiro.
A fase de consultas na OMC vai até 21 de
agosto. Até lá, a União Européia
pode solicitar novas reuniões com o Brasil.
Depois disso, os europeus podem confirmar o contencioso
contra a decisão brasileira de barrar a importação
de pneus usados.
A Argentina também participou da reunião
na OMC. O país vizinho tem acompanhado de
perto a questão pois o Uruguai recorreu ao
Tribunal Arbitral do Mercosul para obrigar o mercado
daquele país a também receber pneus
remoldados.
O Uruguai já ganhou ação semelhante
contra o Brasil, que é obrigado a receber
até 130 mil pneus remoldados pela indústria
uruguaia. O Brasil perdeu a ação no
Mercosul jogando apenas com aspectos econômicos.
Essa abertura também é motivo de reclamação
dos europeus, que devem usar o argumento na OMC.
Caso a União Européia não vença
o Brasil na OMC, terá que enfrentar um problema
e tanto: dar um fim a aproximadamente 80 milhões
de pneus que são jogados no lixo a cada ano.
A partir de 2006, o descarte desses pneus em aterros
está proibido.
A alternativa encontrada pelos europeus para essa
montanha de pneus, por enquanto, é enviá-los
para os chamados países subdesenvolvidos.
Para eles, isso seria "ambientalmente adequado"
e até visto como "ajuda humanitária"
em alguns casos.
A importação de pneus usados ocorre
hoje com o uso de liminares na Justiça, obtidas
por empresas de remoldagem. Para "blindar"
o País e facilitar a argumentação
na OMC, o Brasil deve editar em breve uma medida
provisória ou projeto de lei proibindo em
definitivo a entrada de pneus usados. O texto está
na Casa Civil. Também devem ser revisadas
uma resolução do Conselho Nacional
do Meio Ambiente e uma portaria da Câmara
de Comércio Exterior.
Os pneus são de difícil eliminação
na natureza, não são biodegradáveis,
e seu volume torna o transporte e o armazenamento
complicado. Apesar de não serem considerados
perigosos, sua queima libera substâncias tóxicas
e cancerígenas. Quando jogados em rios e
arroios e até nas cidades, obstruem a passagem
da água, podendo causar alagamentos e transtornos
à população. Além disso,
os pneus servem como criatório para mosquitos
transmissores de doenças, como a dengue.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)