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CONAMA SUSPENDE DEBATE
SOBRE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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27/07/2005 - Ministério
irá recorrer contra decisão do STF
que impede os órgãos ambientais de
licenciarem novos empreendimentos em APPs
Brasília (DF) - O Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) decidiu hoje suspender os debates
sobre a proposta de resolução que
regulamentará a intervenção
em áreas de preservação permanente
até que seja julgado o mérito da liminar
concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Nelson Jobim.
O texto suspende a regra que possibilitava a retirada
de vegetação em áreas como
nascentes, beiras de rios e lagos, topos de morros
e manguezais com autorização dos órgãos
ambientais. A decisão do Supremo atendeu
pedido da Procuradoria Geral da República.
Amanhã, o Conama debate a possibilidade de
realizar novas reuniões públicas quanto
à proposta de resolução.
Com a decisão do STF, todas as novas licenças
para empreendimentos em áreas de preservação
permanente estão paralisadas em todo o País.
A retirada de vegetação para essas
obras depende agora de legislação
específica, para cada caso.
"Estamos preocupados com a paralisação
de empreendimentos de todos os tamanhos em todo
o Brasil", salientou Alexandrina de Moura,
presidente da Abema, entidade que reúne os
órgãos ambientais dos estados. "Estamos
contra a atitude do Ministério Público
Federal, que desqualifica o Conama e que agiu só
agora contra um processo que vinha sendo debatido
há anos de forma democrática",
completou.
A proposta de texto que seria debatida hoje e amanhã
pelo Conama estabeleceria os casos considerados
de utilidade pública, de interesse social
ou de baixo impacto onde seria possível a
remoção de vegetação
nas áreas de preservação permanente,
com licenciamento ambiental.
Essa prerrogativa do Conselho estava estabelecida
na Medida Provisória 2166 de 2001, que altera
o Código Florestal Brasileiro e que teve
alguns artigos suspensos pelo STF. O texto-base
da resolução foi aprovado em maio,
e recebeu mais de cem emendas que serão debatidas
após a retomada do assunto pelo Conama.
O secretário-executivo do Ministério
do Meio Ambiente, Claudio Langone, disse que o governo
orientará os órgãos ambientais
de todo o País para que acatem a decisão
do Supremo Tribunal Federal. No entanto, afirmou
que o governo também irá recorrer
da decisão "para restabelecer os direitos
do Conama e dos órgãos ambientais
da União, dos estados e dos municípios".
Segundo Langone, há forte pressão
de "alguns segmentos" da sociedade representados
no Congresso para flexibilizar a proteção
ambiental estabelecida no Código Florestal
Brasileiro, de 1965. Conforme ele, o questionamento
da constitucionalidade da MP 2166 pelo STF pode
levar a um movimento que provoque um retrocesso
na legislação ambiental do País.
O Congresso pode acabar decidindo contrariamente
aos interesses ambientais brasileiros , disse. Uma
resolução do Conama poderia resolver
essas questões estabelecendo regras mínimas
e seguras para intervenções nas APPs,
garantindo a proteção do que ainda
está preservado e a continuidade do desenvolvimento
equilibrado.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)