29/07/2005 - As comemorações
do 51º aniversário do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa),
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia, acontecem neste domingo (31),
com várias atividades no Jardim Botânico
Adolpho Ducke, em Manaus (AM). Neste dia acontecerão,
simultaneamente, os projetos Comunidade no
Jardim Botânico e Conhecendo o Inpa.
Além disso, 60 servidores da instituição
com 30 anos (ou mais) de serviços prestados
ao Inpa, serão homenageados por sua
contribuição para a disseminação
da ciência e tecnologia na Amazônia.
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INPA
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Ainda
durante o evento, será lançada
a campanha Filhotinha de peixe-boi. Ela quer
nome. Voltada para crianças e adolescentes,
a campanha tem como objetivo "batizar"
o quinto filhote de peixe-boi nascido nos
tanques do Laboratório de Mamíferos
Aquáticos (LMA/Inpa). Crianças
com idade entre 7 e 12 anos podem participar
da campanha. O objetivo é estimular
o interesse pela espécie peixe-boi
da Amazônia (Trichechus inunguis), considerada
vulnerável na lista do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
"Do ponto de vista conservacionista,
campanhas dessa natureza fazem com que as
crianças conheçam o peixe-boi,
as condições do nascimento em
cativeiro, que não é algo tão
simples, e, por conseqüência, acabam
também divulgando as pesquisas realizadas
pelo Inpa", afirma Yara Camargo, presidente
da Associação dos Amigos do
Peixe-Boi (AMPA). Além disso, destaca
Yara, é preciso haver uma interação
da ciência com o público e o
Inpa, ao realizar essas campanhas, está
promovendo um canal direto com a socidedade.
Para o pesquisador do Inpa, Fernando Rosas,
reproduzir um animal em cativeiro, quando
ele está ameaçado de extinção,
é um passo
gigantesco na conservação da
espécie. "Mas de nada adiantará
o nosso trabalho se o conhecimento aqui produzido
não for socializado. Afinal, é
a sociedade que nos paga para realizarmos
as nossas pesquisas", diz. A julgar pela
participação em outras campanhas,
a expectativa é de que, desta vez,
mais de duas mil sugestões cheguem
ao Inpa. |
Como participar
Para participar, a criança deve preencher
um cupom sugerindo um nome, que precisa estar
relacionado a um tema amazônico, acompanhado
de uma justificativa. Os cupons estarão
disponíveis em postos BR de Manaus, nos
campi do Inpa, no Jardim Botânico e no Bosque
da Ciência. As sugestões também
podem ser enviadas por meio eletrônico,
no link que estará disponível no
site do Inpa a partir de segunda-feira (1º).
Os participantes vão concorrer a um microcomputador,
um aparelho DVD e uma viagem saindo de Manaus
para a maior província gasolífera
terrestre do Brasil, Urucu, em Coari/AM (com direito
a acompanhante). O vencedor será anunciado
no dia 6 de outubro, durante a II Semana Nacional
de Ciência e Tecnologia, quando a filhotinha
completará seis meses.
A campanha é organizada pelo Inpa e pela
Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa),
com o patrocínio da Petrobras - que adotou
o peixe-boi como mascote - e tem o apoio da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(SDS).
Histórico
O filhote para o qual a campanha se destina é
uma fêmea, nascida na madrugada de 6 de
abril, com 17,2 kg. Dessa vez, a mãe foi
Cambá, que está no Inpa desde 1984.
Em abril de 1998, as pesquisas foram recompensadas
com o nascimento em cativeiro do primeiro filhote,
batizado de Erê, filho da fêmea Boo.
Depois dele, vieram Tuã (filho de Tukano)
e Kinja (também de Boo). Entre Erê
e Kinja, Boo teve outro filhote, natimorto. Significa
dizer que as três fêmeas adultas -
Cambá, Tukano e Boo - já reproduziram.
Este ano, o Projeto Peixe-boi completa 31 anos,
mantendo o objetivo de preservar, conservar e
conscientizar as pessoas sobre a importância
do animal na natureza.
Esse trabalho começou no Inpa com apenas
um peixe-boi e um pesquisador. Hoje, são
33 animais distribuídos nos tanques do
LMA, que conta com dois pesquisadores, além
dos estudantes de pós-graduação,
bolsistas e voluntários, e um veterinário
para cuidar dos animais.
Os trabalhos do Inpa com o peixe-boi não
são restritos somente às pesquisas
com o animal em cativeiro. Os pesquisadores realizam
estudos nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá e Amanã, onde os animais
são capturados e recebem um rádio
transmissor. O objetivo é acompanhar as
rotas migratórias e como ele se comporta
em seu ambiente natural. O desafio agora é
a reintrodução do peixe-boi na natureza.