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NATURE PUBLICA PESQUISA
SOBRE A IDADE DO CARBONO NA REGIÃO
AMAZÔNICA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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28/07/2005 - A edição
desta quinta-feira (28) da revista Nature traz um
dos mais extensos levantamentos sobre a idade do
carbono radioativo em única bacia de drenagem
da região amazônica. O carbono usado
nos processos de fotossíntese que ocorre
dentro dos rios amazônicos é muito
mais jovem do que se imaginava. O trabalho mostra
que entre a decomposição e a utilização
das moléculas de carbono não se passaram
mais do que cinco anos.
“O ponto mais importante
desse estudo é mostrar o fato de o CO2 dissolvido
nas águas ter uma idade muito recente”, explica
Alex Krusche, do Laboratório de Ecologia
Isotópica do Centro de Energia Nuclear na
Agricultura (Cena) da Escola de Agricultura Luiz
de Queiroz, uma das unidades da Universidade de
São Paulo, localizada em Piracicaba (SP).
Krusche relatou que
os estudos prévios falharam em demonstrar
a rápida reciclagem do carbono das florestas
porque não dataram esse gás do efeito
estufa ao ser, literalmente, exalado pelos organismos
nos rios”, Ele participou do trabalho publicado
na Nature, que tem como autor principal Emilio Mayorga,
da Escola de Oceanografia da Universidade de Washington,
em Seattle, nos Estados Unidos.
O elo agora descoberto
tem uma aplicação prática muito
direta. “Em uma época em que se discute negociar
créditos de carbono como uma forma de mitigar
os efeitos das alterações antropogênicas,
saber quanto e, mais importante ainda, onde e por
quanto tempo podemos estocar carbono torna-se crítico”,
avalia Krusche. Na pesquisa, foi usada a comparação
entre os isótopos C14 e C13.
Mesmo com o avanço
científico, os percursos carbonáticos
pelos rios da Amazônia ainda guardam segredos
que vão precisar ser desvendados por novos
estudos. Segundo Krusche, é importante notar
que o chamado carbono orgânico que é
introduzido nos rios na forma particulada ou dissolvida
não é tão recente quanto o
inorgânico, tipo de carbono usado nos processos
de fotossíntese, e que foi medido pelo estudo.
“Deve existir uma
fração de carbono muito instável,
que está sendo respirada e que ainda desconhecemos.
O fato de esse CO2 ser jovem indica que o estoque
de carbono é dinâmico”, diz o pesquisador,
acrescentando que a rapidez na reciclagem do carbono
pode tornar o sistema mais reativo aos desmatamentos
e às mudanças climáticas.
O
artigo Young organic matter as a source of carbon
dioxide outgassing from Amazonian rivers pode ser
lido no site da Nature: www.nature.com
Fonte: Ministério da Ciência
e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Agência Fapesp)