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PROGRAMA PRÓ-AMBIENTE
ESTÁ SUSPENSO EM QUATRO PÓLOS
PIONEIROS
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Julho de 2005
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25/07/2005 – Quatro
dos 11 pólos pioneiros do Programa de Desenvolvimento
Socioambiental da Produção Familiar
Rural (PróAmbiente) não conseguiram
obter financiamento para segunda etapa do programa,
na qual deve ocorrer o processo de certificação
comunitária que permitirá o pagamento
dos serviços ambientais prestados pelos agricultores.
Os pólos do
Amazonas (Manaus/Rio Preto da Eva), de Roraima (Vale
do Apiaú), Pará (Ilha de Marajó)
e Amapá (sul do estado) atrasaram a prestação
de contas da primeira fase do programa, o chamado
Termo de Referência 2003 (TOR 2003), prevista
inicialmente para acontecer de janeiro a julho do
ano passado.
"Nela, cada
entidade executora recebeu R$ 120 mil, para fazer
o diagnóstico sócio-ambiental das
famílias envolvidas. Na segunda etapa, o
valor subiu para R$ 220 mil. Os outros sete pólos
estão agora promovendo os acordos comunitários
para que cada grupo de moradores certifique que
o outro está protegendo a natureza",
explica Shirley Helena da Silva, técnica
da coordenação nacional do PróAmbiente.
"A partir daí, as famílias passarão
a receber um terço do salário mínimo
por mês como pagamento por esse serviço
ambiental."
O PróAmbiente
surgiu de uma proposta dos movimentos sociais rurais
da Amazônia Legal para superar a dicotomia
entre produção e conservação
ambiental. Ele teve como proponentes as Federações
dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGs), o Movimento
Nacional dos Pescadores (MONAPE), a Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (COIAB), o Conselho
Nacional dos Seringueiros (CNS) e o Grupo de Trabalho
Amazônico (GTA). Ele começou a funcionar
em 2000, como projeto piloto da sociedade civil.
Ano passado, tornou-se
programa do governo federal, com financiamento do
governo holandês e coordenação
da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento
Sustentável (SDS) do Ministério do
Meio Ambiente (MMA). Cada um dos seus 11 pólos
pioneiros deveria trabalhar com 500 famílias,
totalizando 5.500 famílias participantes.
"Na prática, conseguimos atingir uma
média de 350 famílias envolvidas por
cada pólo", esclareceu Shirley.
"Os pólos
do Amazonas e de Roraima são os mais problemáticos,
por dificuldades técnicas e de mobilização
social das entidades executoras. Por isso, na próxima
semana uma equipe do conselho gestor nacional fará
uma visita em caráter emergencial a esses
dois pólos", informou Marcos Antônio
da Silva, técnico da coordenação
nacional do programa. "O Amazonas e Roraima
não são os mais problemáticos,
mas sim os mais difíceis de gerenciar. Há
dificuldades políticas locais, como a falta
de apoio das prefeituras de Manaus e de Rio Preto
da Eva. Mas concordo com a avaliação
de que faltou articulação ao Instituto
Jandaíra. Houve erros simples, como realizar
uma capacitação e não passar
lista de presença", argumentou Adilson
Vieira, secretário-geral do GTA.
"Tivemos dificuldades
de comunicação com as coordenações
estadual e nacional do programa. Além disso,
seis meses para elaborar o diagnóstico sócio-ambiental
dentro da metodologia exigida era um prazo muito
curto", justificou Marcelo Nery Santana, membro
do Instituto Jandaíra, entidade executora
do PróAmbiente no Amazonas, selecionada por
meio de concorrência pública.
Apenas em abril deste
ano o instituto apresentou ao Ministério
do Meio Ambiente o trabalho encomendado, que deveria
ter sido finalizado em julho e teve o prazo de entrega
prorrogado por duas vezes – inicialmente, para setembro,
e então para dezembro do ano passado. Segundo
Adhemar Santos Filho, secretário-executivo
da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
e presidente do Conselho Gestor do PróAmbiente
no estado, o programa trabalha com 250 famílias
de dez comunidades de Rio Preto da Eva e com 250
famílias do projeto de assentamento Tarumã
Mirim, em Manaus.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thais Brianezi