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PROJETO DE FORMAÇÃO
DE AGENTES SOCIOAMBIENTAIS NA BACIA DO XINGU
É APROVADO PELO FNMA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2005
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29/07/2005 - Iniciativa
foi articulada no âmbito da campanha ´Y
Ikatu Xingu. Os recursos serão aplicados
na formação, durante um ano, de 40
agentes socioambientais em Canarana, Ribeirão
Cascalheira e Gaúcha do Norte. Assessoria
da mobilização segue visitando cidades
da Bacia do Xingu no Mato Grosso. Embrapa deve iniciar
conjunto de pesquisas sobre a água e o uso
da terra na região.
O Instituto Socioambiental
(ISA), a prefeitura de Canarana e a Universidade
Estadual do Mato Grosso (Unemat) tiveram um projeto
conjunto aprovado, no último dia 20 de julho,
para o edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente
(FNMA) destinado à formação
de agentes multiplicadores em atividades florestais
no Cerrado. Denominada “Fomento à Cultura
Florestal no Cerrado Mato-grossense através
da Formação de Agentes Multiplicadores
na Bacia do Xingu”, a iniciativa receberá
do FNMA R$ 149 mil. Outros R$ 106 mil serão
disponibilizados pelo próprio ISA. O projeto
foi articulado no âmbito da campanha ‘Y Ikatu
Xingu, que tem como objetivo principal proteger
e recuperar as nascentes e as matas ciliares do
Rio Xingu no Mato Grosso.
Os recursos serão
aplicados na formação, durante um
ano, de 40 agentes socioambientais em Canarana,
Ribeirão Cascalheira e Gaúcha do Norte,
municípios da Bacia do Xingu. Serão
realizadas três oficinas, em cada uma das
cidades, de três em três meses – a idéia
é permitir que os participantes conheçam
a situação de cada localidade. Entre
os eventos, ocorrerão exercícios práticos
que envolvam a realidade concreta da região.
As atividades devem começar em novembro e
serão voltadas a agricultores familiares,
assentados, educadores, técnicos e indígenas.
Os participantes serão selecionados pelo
comitê gestor do projeto, formado pelas entidades
autoras da iniciativa, prefeituras e sindicatos
de trabalhadores rurais dos três municípios.
“Esperamos que essas
pessoas possam desenvolver projetos socioambientais
próprios. Quanto à campanha, elas
também poderão ser monitoras e multiplicadoras
de experiências”, explica Rodrigo Gravina
Junqueira, assessor da campanha ‘Y Ikatu Xingu.
A intenção seria também aumentar
o número de ações da mobilização
em diferentes pontos da bacia. Junqueira acredita
que os agentes socioambientais poderão resgatar
a importância da produção agroflorestal
na região. “A partir da formação,
os agentes serão encorajados e capacitados
a promover ações e iniciativas com
diferentes públicos. Quem ainda não
está fazendo, passará a fazer, e quem
já está fazendo, será potencializado”.
Representantes da
campanha ‘Y Ikatu Xingu continuam trabalhando junto
às cidades da Bacia do Xingu em um processo
de mobilização, articulando e assessorando
às organizações locais na elaboração
de projetos. Nos dias 10 e 11 de julho, em Lucas
do Rio Verde, a assessoria da campanha e técnicos
das organizações locais participaram
de uma oficina do Programa de Alternativas ao Desmatamento
e às Queimadas (Padeq) do governo federal.
Também estiveram presentes agricultores familiares,
prefeituras e sindicatos de trabalhadores rurais
de Nova Ubiratã e Peixoto de Azevedo. As
conversas feitas no evento já renderam um
resultado concreto: a Associação do
Assentamento Entrerios, de Nova Ubiratã,
já está elaborando um projeto com
a prefeitura do município, que receberá
assessoria da campanha.
A assessoria da campanha
esteve em Cláudia, de 12 a 18 de julho, para
auxiliar o Grupo Agroflorestal e Proteção
Ambiental (Gapa) na elaboração de
outro projeto de recuperação e proteção
de nascentes e matas ciliares que deverá
concorrer aos próximos editais do Padeq.
O trabalho mobilizou a sociedade local, contando,
inclusive, com a cobertura de emissoras locais de
TV e rádio. O prefeito do município,
Altamir Kurten (PSDB), participou de uma visita
de campo. Também aconteceu uma reunião
na Câmara de Vereadores com a presença
de cerca de 40 agricultores para discutir o tema
das nascentes e matas ciliares.
De 13 a 19 de julho,
integrantes da ‘Y Ikatu Xingu estiveram em Canarana
e Querência. Na primeira cidade, a prefeitura
recebeu assessoria para a elaboração
de outro projeto que concorrerá ao edital
do FNMA para recuperação de nascentes
e matas ciliares. Em Querência, aconteceu
uma reunião com diretores da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato
Grosso (Famato), representantes de sindicatos rurais
e grandes produtores. No encontro, foi discutida
a realização de um seminário
sobre boas práticas socioambientais a ser
realizado, no início de setembro, no município,
com a presença de técnicos da Embrapa.
A partir do evento, pretende-se implantar novas
iniciativas de proteção ambiental
na região.
Embrapa deve
realizar programa de pesquisa na Bacia do Xingu
No dia 26 de julho,
outra reunião, na sede da Embrapa, em Brasília,
reuniu integrantes de 11 centros de pesquisas da
instituição e a coordenação
da campanha ‘Y Ikatu Xingu para planejar um conjunto
de pesquisas na Bacia do Xingu, no Mato Grosso,
sobre a água, planejamento e uso da terra.
Além deste tema central, Os estudos devem
abranger também transferência de tecnologias
e monitoramento ambiental. Uma equipe do órgão
vai visitar a região, em setembro, para começar
a detalhar o cronograma do trabalho, que também
poderá ser financiado pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT).
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Oswaldo Braga de Souza)