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ENTENDA A FLONA DE ALTAMIRA

Panorama Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005

02.08.2005 - Instituídas pela Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, as Florestas Nacionais (Flonas) são unidades de conservação de uso direto destinadas a promover o manejo dos recursos naturais, principalmente a produção de madeiras e outros produtos vegetais; garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos; assim como fomentar o desenvolvimento de pesquisa científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo.

As Flonas são áreas de domínio público, com cobertura vegetal nativa ou plantada. Em 2000, essas florestas foram incluídas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Elas correspondem à categoria IV (áreas protegidas com recursos manejados) do sistema IUCN (Rede Mundial de Conservação) (1). A exploração dos recursos existentes nas Flonas sé podem ser feitos via manejo “sustentável” – ou seja, corte seletivo de árvores de valor comercial e coleta de sementes, extração de óleos, fibras etc. As Flonas são administradas pelo Ibama, a quem cabe zelar por sua guarda e pelas autorizações de exploração e pesquisa. Devido à histórica carência de recursos do Ibama – financeiros, técnicos e humanos –, várias Flonas têm sido invadidas e depredadas.

Na área de influência da BR-163 existem quatro Florestas Nacionais:

• Flona de Altamira – Criada pelo Decreto nº 2.483, de 02 de fevereiro de 1998, no município de Altamira, tem uma área de 764.142 hectares, com acesso pelo município de Novo Progresso, na localidade de Morais Almeida. Contém áreas de florestas ombrófilas densas e abertas, ricas em espécies madeireiras e animais.

• Flona de Itaituba I – situada na Gleba da Prata, município de Itaituba, no Pará. Criada pelo Decreto nº 2.481 de 02 de fevereiro de 1998, tem 220.034 ha..

• Flona de Itaituba II – Com 440.500 hectares, foi criada pelo Decreto nº 2.482, de 02 de fevereiro de 1998.

• Flona de Tapajós – Criada pelo Decreto nº 73.684, de 19 de fevereiro de 1974, abrange áreas dos municípios de Santarém, Aveiro e Rurópolis, no Pará. A área da Flona de Tapajós é de 600 mil hectares e abriga o primeiro projeto piloto de exploração comercial de madeira por uma empresa privada em Flonas. O projeto contou com recursos da ITTO (Organização Internacional de Madeira Tropical) e do Ibama.

A Flona de Altamira é uma das portas de entrada para a Terra do Meio, situada entre os rios Xingu e Tapajós, no estado do Pará. Cercada por terras indígenas, a região possui uma das maiores áreas de floresta relativamente não perturbadas na Amazônia Oriental.
A região é de importância crítica para a vida selvagem, abrigando numerosas espécies animais ameaçadas, incluindo onças, jacarés-açu, macacos-aranha, cuxiú da cara branca e tamanduás. As maiores concentrações remanescentes de mogno (Swietenia macrophylla) no Brasil estão localizadas na Terra do Meio e nas terras indígenas dos arredores. A Flona é também importante para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas proximidades, funcionando com zona-tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia e Curuá.

A Floresta Nacional de Altamira é um exemplo dos problemas enfrentados pelas unidades de conservação na Amazônia como decorrência do apetite predatório de madeireiros, grileiros e fazendeiros e da inadequada e da fragilidade do aparelho de Estado encarregado de zelar pelo patrimônio ambiental. Toda a área da Flona está incluída em uma gigantesca fazenda cuja posse é reivindicada pela empresa Incenxil, do grupo CR Almeida, acusado de grilagem pelo Ministério Público Federal. O Ministério Público aguarda decisão da Justiça Federal de Santarém para reverter a área ao patrimônio da União.

A Flona está sendo invadida a partir de uma estrada ilegal que sai da cidade de Moraes de Almeida e tem dezenas de ramais. Estima-se que o total de estradas ilegais dentro da Flona chegue a cerca de 300 quilômetros. Além de permitir o acesso à Terra do Meio, essas estradas facilitam a exploração ilegal de madeira, desmatamentos e grilagem de terras públicas.

O ataque à floresta dentro da Flona de Altamira é sistemático e bem organizado. O processo começa com madeireiros de Moraes de Almeida, que invadem a Flona para retirar as espécies de madeira de valor comercial, principalmente ipê, cedro e jatobá. Em seu rastro, fazendeiros e grileiros derrubam o que sobra e e queimam a área para a semeadura de capim. No último levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram identificados pelo menos 13 polígonos com desmatamentos dentro dessa unidade de conservação.

O Greenpeace documentou durante recente sobrevôo intensa atividade madeireira, incluindo movimentação de caminhões, inúmeros pátios de madeira e uma grande área sendo queimada.

NOTAS

(1) A IUCN é a maior rede mundial de conservação da natureza e reúne 82 países, 111 agências governamentais, mais de 800 ONGs e 10 mil cientistas. O endereço em inglês é http://www.iucn.org

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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