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GOVERNO ALERTA PARA OS
CUIDADOS COM O AUMENTO DE ROEDORES-DO-MATO
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Agosto de 2005
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03/08/2005 - A Secretaria
da Saúde alerta sobre os cuidados que a população
deve ter com o aumento de roedores silvestres, fenômeno
chamado de “Ratada”, no Paraná. As equipes
da Vigilância Ambiental e da Vigilância
Epidemiológica da Secretaria estão
acompanhando o fenômeno há cerca de
um ano e estão tomando providências.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde
e Pesquisa, Luiz Armando Erthal, a população
pode ficar tranqüila. “A Secretaria está
atenta para o problema. É muito importante
seguir as recomendações das equipes
de Vigilância de todo Estado”, afirma.
O fenômeno
está sendo mais intenso no centro-sul do
Estado. Segundo Erthal, em setembro do ano passado
foram capturados 14 ratos mortos em Telêmaco
Borba, sendo que 12 eram passíveis de transmitir
a hantavirose. Atualmente, a população
rural de Guarapuava está se deparando com
o problema. Os técnicos da 5ª Regional
de Saúde, com sede em Guarapuava, já
capturaram cinco ratos mortos, que serão
enviados para a Vigilância Ambiental em Curitiba
e reencaminhados para o Instituto Adolfo Lutz, em
São Paulo, onde será identificado
o gênero do roedor para saber se é
o rato-do-mato que transmite a hantavirose. O trabalho
da Vigilância na região vem sendo intensificado,
inclusive está agendado para o próximo
dia 10 um treinamento para os médicos da
região sobre o diagnóstico da hantavirose.
A chefe da divisão
de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria,
Gisélia Rubio, disse que este fenômeno
deve se estender até o início do ano
que vem quando termina o ciclo de reprodução
da taquara (espécie de pequeno bambu) que
atrai os roedores para a região. “Provavelmente,
os ratos estão se deslocando de um local
onde já não há fonte de alimentos,
como sementes e pinhões, em busca de outro
local com alimento disponível”, afirmou.
“Se o roedor não encontrar o alimento no
ambiente externo poderá entrar em paiol,
sítios ou casas, principalmente do meio rural.
O ideal é utilizar algumas barreiras para
evitar que o rato chegue até lá”,
explica.
A população
deve ficar alerta, observando alguns cuidados como
fechar portas, frestas, evitar que grãos
(milho, feijão, arroz, amendoim e aveia)
fiquem no chão. Também são
cuidados necessários manter os locais onde
vivem os animais (gado) sempre limpos. As rateiras
( também chamadas de chapéu chinês)
devem ser colocadas em pilares de sustentação
de paióis ou galinheiros. Qualquer tipo de
plantio deve respeitar uma distância mínima
de 50 metros da casa, pilhas de lenha devem ser
colocadas em estrados suspensos do chão.
Aberturas de ventilação, entradas
de condutores de eletricidade ou vãos de
qualquer natureza devem ser fechadas com tela metálica,
bem como os alimentos devem ser guardados em recipientes
fechados e os pratos e utensílios de cozinha
lavados imediatamente depois de usados, não
deixando restos no chão. Nunca se deve descansar
em locais fechados com restos de alimentos, pois
os ratos podem ter passado por ali e infectado o
local.
A área em
volta de casas, galpões e alojamentos devem
ser mantidas sempre limpas, a limpeza de ambientes
fechados deve ser feita com água e água
sanitária. “É importante evitar contato
com roedores ou suas fezes e urina e também
não se deve tentar matá-los, pois
a captura só deve ser feita por pessoas habilitadas
e com equipamentos especiais de segurança”,
explica Erthal.
Segundo Erthal, estas
são as melhores maneiras de evitar contaminação
da hantavirose. Como o rato é um animal silvestre,
não se pode fazer controle químico
pelo risco de prejudicar outros animais, inclusive
crianças. A população deve
ainda preservar os inimigos naturais do rato, ou
seja, a coruja, a cobra, a seriema e o gavião.
Em caso de suspeita
tanto da hantavirose quanto do roedor, é
importante entrar em contato com a Secretaria Municipal
de Saúde.
O fenômeno
- A Ratada é o aumento de roedores silvestres
que ocorre com a Floração da Taquara
(espécie de bambu), fenômeno que acontece
a cada 30 anos. Quando termina a floração,
as sementes caem no chão e são consideradas
o melhor alimento para esses roedores. Com tanto
alimento, eles se reproduzem em grande quantidade.
Quando as sementes terminam, eles saem em busca
de novos alimentos.
Hantavirose - É
uma doença transmitida através do
ar contaminado pela urina e fezes de ratos silvestres
ou até mesmo pela mordida destes roedores.
A hantavirose é muito grave e pode levar
à morte em apenas 72 horas se não
for tratada o quanto antes.
Só o médico
pode diagnosticar a hantavirose, pois os sintomas
podem aparecer em até 40 dias depois de respirar
o ar contaminado. No início, parece mais
uma gripe forte. Dá febre alta, dor de cabeça,
dor no corpo, tosse seca e falta de ar. Em alguns
casos, ocorrem enjôo e diarréia.
Em 2004 foram registrados
10 casos de hantavirose no Paraná, sendo
cinco casos com morte. O município de Pinhão,
onde também houve Ratada, foi o responsável
pelo maior número de casos. Neste ano, aconteceram
quatro casos sem nenhuma morte. Sendo que dois casos
ocorreram em Pinhão, um em Palotina e outro
em Mallet.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa