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IBAMA NÃO CONFIRMA
DENÚNCIA DO INCRA DE CONSTRUÇÃO
DE HIDRELÉTRICA NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005
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01/08/2005 – O chefe
de fiscalização do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) no Amazonas, Adilson Cordeiro, afirmou que
os fiscais da Operação Uiraçu
não encontraram obras para a construção
de uma usina hidrelétrica no Rio Ituxi, em
Lábrea.
"A gente já
havia estado na região, há um mês,
e não ouvimos rumores da construção.
Com a denúncia do Incra, voltamos ao sul
de Lábrea na semana passada e fomos o local
indicado, mas não encontramos qualquer irregularidade",
disse Cordeiro.
A Uiraçu,
coordenada pelo Ibama, começou há
60 dias, com o objetivo de combater o desmatamento
no sul do estado. Os 56 agentes participantes percorrerão
até novembro 12 municípios do sul
estado: Lábrea, Guajará, Ipixuna,
Eirunepé, Envira, Pauini, Boca do Acre, Canutama,
Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã
e Apuí.
No último
dia 15, a Agência Brasil publicou a denúncia
do superintendente regional do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), João Pedro Gonçalves da Costa,
de que uma usina hidrelétrica estava sendo
construída no local. Técnicos do Incra,
durante uma entrevista coletiva, apresentaram fotos
da área, que mostravam a movimentação
de grandes caminhões. Na ocasião,
relataram que um engenheiro que trabalhava para
o grupo Cassol disse que planejava dinamitar as
três cachoeiras do rio Ituxi.
A reportagem ouviu
também Carlos Henrique Alves, dono da fazenda
onde se localizam as cachoeiras e o assessor político
do governador de Rondônia, Ivo Cassol, um
dos proprietários do Grupo Cassol. Ele afirmou
que o grupo Cassol estava apenas fazendo estudos
para a construção de uma hidrelétrica.
No último
dia 18, a Agência Brasil apurou que o Grupo
Cassol não possui autorização
da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) para realizar o inventário hidrelétrico
do rio Ituxi. No mesmo dia, foi publicada também
uma entrevista com o próprio Cassol, na qual
ele justificava que os estudos ainda estavam em
fase preliminar e chamava o superintendente do Incra
de mentiroso.
João Pedro
Gonçalves da Costa sustenta a denúncia.
"Eu quebro meu sigilo telefônico se for
preciso para mostrar que o próprio governador
de Rondônia me ligou dizendo que pretendia
construir a hidrelétrica e que os estudos
estavam em fase preliminar. Nós não
inventamos nada, eu estive lá. Foram os trabalhadores
do local que disseram que estavam fazendo levantamentos
topográficos. Eles mudaram o curso do ramal
para isso. Ninguém muda uma estada só
para fazer estudos", afirmou o superintendente.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi