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PROGRAMA NACIONAL DE AGENTES
AMBIENTAIS UTILIZA EXPERIÊNCIAS DO
PROVÁRZEA
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005
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04/08/2005 – O Programa
Nacional dos Agentes Ambientais Voluntários,
criado em maio pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), se inspirou nas experiências desenvolvidas
pelo Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Vázea
(ProVárzea/Ibama). "Quando o ProVárzea
foi concebido, um dos seus objetivos era testar
metodologias de trabalho de agentes ambientais voluntários.
Eles já existiam, mas ainda não estavam
institucionalizados", contou Mauro Ruffino,
coordenador do PróVárzea.
Desde 2001, o ProVárzea
já treinou 273 agentes ambientais voluntários
em 182 comunidades ribeirinhas de Parintins, Barreirinha
e Nhamundá, no Amazonas, e de Santarém,
Juriti e Óbidos, no Pará – segundo
dados de maio deste ano.
"Ao longo dos
testes, fomos vendo que o Ibama sozinho não
daria conta do programa. São muitos agentes
e a instituição tem uma escassez de
recursos humanos e recursos financeiros. Então
constatamos a necessidades de fazer parcerias locais
para garantir a sustentabilidade", avaliou
Ruffino. Para se tornar um agente ambiental voluntário
cadastrado, é preciso ter mais de 18 anos,
ser alfabetizado, passar pelo treinamento oferecido
pelo Ibama e estar vinculado a algum órgão
público local (como a prefeitura) ou a entidades
da sociedade civil organizada.
Paulo Xavier é
um dos agentes ambientais voluntários cadastrados
no Ibama, treinado pelo ProVárzea. Ele é
morador da comunidade Valéria, no município
de Parintins. Na região, desde os anos 70,
existe uma forte atuação comunitária
em defesa dos lagos e contra a invasão de
pescadores comerciais. Esse movimento deu origem
ao Grupo Ambiental Natureza Viva (Granav), do qual
Paulo é primeiro-secretário. "Eu
me tornei agente ambiental voluntário antes
de ser cadastrado, em 1975, quando era professor
rural e passava aos alunos as lições
sobre a natureza. A gente se solidarizava com o
pessoal que vigiava os lagos e que chegou a ser
preso por isso", contou Xavier.
"O ProVárzea
trouxe a possibilidade de fazer esse trabalho de
forma legal, com reconhecimento". Quando nós
começamos as ações, as comunidades
estavam sendo ameaçadas com a falta de peixes,
de animais. De lá pra cá, houve uma
mudança muito grande. Todos os lagos preservados
por nós, por nossas idéias, estão
de novo com muitos peixes. Os animais silvestres
também voltaram a se multiplicar. Os comunitários
estão acreditando que só organizados
e preservando a natureza a gente vai ter força."
O ProVárzea/Ibama
faz parte do Programa Piloto para a Proteção
das Florestas Tropicais Brasileiras (PPG7), coordenado
pela Secretaria de Coordenação da
Amazônia do Ministério do Meio Ambiente
(SCA/MMA) e financiado com verba da cooperação
internacional.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi