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AUSÊNCIA DE METAIS
TÓXICOS NO LODO DA BAÍA PODE
BAIXAR CUSTOS DA DRAGAGEM
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Agosto de 2005
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Os estudos realizados
por encomenda do Terminal Portuário da Ponta
do Félix, em Antonina, indicaram que, no
assoreamento das áreas próximas a
Antonina, no fundo da bacia de Paranaguá,
a presença de metais pesados se refere a
elementos da própria natureza, transportados
pelos rios da Serra do Mar que deságuam em
Antonina. Ao fazer essa revelação,
na primeira mesa redonda sobre Sistema de Gestão
e Certificação Ambiental Portuária,
na tarde do primeiro dia do seminário internacional
Gestão Ambiental Portuária, que vai
até 11 de agosto, no Hotel Camboa, em Paranaguá,
promovido pela Administração dos Portos
de Paranaguá e Antonina (APPA), o diretor
do Terminal da Ponta do Félix, Juarez Morais,
adiantou que os estudos finais ficarão prontos
nos próximos dias.
Para ele, se os pareceres
forem considerados pelo Ibama na análise
do licenciamento ambiental das obras de dragagem
dos berços e canais de acesso dos portos
de Paranaguá e Antonina, “poderá haver
uma economia considerável de investimentos”,
quando da definição do destino do
lodo removido do fundo da baía. “Acreditamos
que os sedimentos em Paranaguá tenham a mesma
composição dos encontrados em Antonina.
Isso pode significar a possibilidade de deposita-lo
em áreas de expansão do porto ou próximas,
sem necessidade de uma tubulação de
50 quilômetros para jogar em alto mar, por
exemplo, que oneraria muito a dragagem”, afirmou
Juarez Morais.
O painel teve a participação
do diretor da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), Carlos Santos
Amorim Jr; do Diretor de Desenvolvimento Empresarial
da APPA, Rui Alberto Zibetti; do representante da
Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios, Celso Romero
Kloss; e do representante da Câmara Americana
de Comércio (Amcham), o advogado Marcelo
Neves Macieywski. Especialista em direito ambiental,
o advogado alertou para a importância de que
todos compartilhem do esforço para a aprovação
de normas e atitudes de gestão e segurança
ambiental, já que num ambiente onde atuam
vários agentes (públicos e privados)
como o dos portos, a responsabilidade em caso de
dano ambiental é solidária.
O Porto e
a cidade
A responsável
pela gestão ambiental das operações
portuárias e segurança do Porto de
Leixões, em Portugal, Graça Maria
Oliveira, participou hoje (09/08) à tarde
da mesa redonda sobre ações e integração
entre portos e as comunidades de seu entorno, durante
o seminário internacional de Gestão
Ambiental Portuária. Graça Maria Oliveira
mostrou como a Administração dos Portos
do D’Ouro e Leixões (APDL) tem buscado revitalizar
algumas zonas às margens do Rio D’Ouro, outrora
utilizadas como cais de embarque, e que estavam
degradadas. Segundo a palestrante, as intervenções
realizadas até ao momento tentam devolver
as margens do rio à cidade, criando espaços
de lazer que seguem elevados padrões arquitetônicos.
Graça Maria também destacou as ações
voltadas para às questões ambientais
e de segurança do Porto de Leixões,
destacando que a relação entre portos
e comunidade passa pelo cumprimento de elevados
valores ambientais e de segurança.
Graça Maria
disse que apesar do caráter comercial, o
Porto de Leixões tem uma intervenção
ativa na diretrizes social e cultural. Segundo ela,
além das intervenções efetuadas
nos espaços junto às margens do Rio
D’Ouro, a APDL converteu, junto da área portuária,
espaços desativados em duas infra-estruturas
de apoio à comunidade: um Centro de Formação
Profissional, que atende não só a
comunidade portuária de Leixões, mas
também jovens que querem entrar no mercado
de trabalho; e um Auditório, onde são
organizadas conferências, encontros, seminários,
exposições, quase sempre a partir
de temas marítimo-portuários, que
potencializam maior aproximação da
população com o porto. Um dos projetos
mais recentes da APDL é a exposição
“Leixões - Identidade e Memória de
um porto”, que procurou sinalizar diversas dimensões
que integram o processo de construção
do Porto de Leixões, desde a infra-estrutura
até a memória de mais de um século
de obra e vivência portuária.
“De fato é
uma preocupação constante do porto
o equilíbrio entre os ambientes portuário
e urbano. Acredito que faz todo o sentido tratar
o tema “Portos e Comunidade” num Seminário
dedicado à Gestão Ambiental Portuária,
pois a minimização dos impactos ambientais
decorrentes da atividade portuária é
fundamental para o bom relacionamento com a comunidade
envolvente”, afirmou Graça. Uma das preocupações
do Porto de Leixões é com o controle
das águas de lastro dos navios. Em vez de
ajustes a cada cinco anos, como reza a norma internacional,
as autoridades portuárias revisam os critérios
a cada dois anos, informou Graça.
A relação
porto-cidade vem sendo abordada em diversos portos
do mundo e mereceu destaque no Seminário
em Paranaguá por tratar-se de um assunto
prioritário para a APPA. A mesa de debates
reuniu ainda Ana Cláudia Bento Graf, da Procuradoria
Geral do Estado do Paraná; Almir Bressan,
Secretário de Indústria e Serviços
do Estado do Espírito Santo; Isabel Pont,
do Porto de Barcelona; Adalmir José de Souza,
Presidente da Associação Brasileira
das Entidades Portuárias e Hidroviárias
(ABEPH). O grupo falou sobre as ações
de integração e suas experiências.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa