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FUNASA PROMETE LIBERAR
DINHEIRO PARA ATENDIMENTO A 3 MIL ÍNDIOS
DO XINGU
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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A
Fundação Nacional da Saúde
(Funasa) se comprometeu em liberar o dinheiro para
o atendimento da saúde de 3 mil índios
que fazem parte do Projeto Xingu, no Pará.
A idéia é de que isso ocorra até
o fim desta semana. O repasse, de R$ 1,584 milhões,
referente ao projeto da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), estava atrasado desde
o começo de julho e ameaçava atividades
do programa, como campanhas de vacinação
e cursos para formação de agentes
de saúde. A denúncia foi feita no
II Seminário Internacional de Demografia
e Saúde dos Povos indígenas que acontece
até o dia 11, em São Paulo.
O presidente da Funasa,
Paulo Lustosa, justifica o atraso devido a problemas
de prestação de contas da instituição.
"O convênio foi renovado em maio e quando
se renova um convênio necessariamente você
não tem de imediato o recurso na mão.
É preciso que o Tesouro Nacional estabeleça
os limites de pagamento, só depois a gente
pode fazer a liberação", diz
ele. "A gente tem uma outra em coisa que é
crucial: o problema de prestação de
contas. Às vezes, nossos caros amigos resolvem
não prestar conta ou prestam com uma série
de limitações. Esse problema de prestação
de contas não é uma questão
nossa, é da Controladoria Geral da União
que impõe restriçõeS e nós
somos obrigados a cumprir."
Segundo Lustosa,
já foram repassados ao projeto cerca de R$
2,9 milhões. "O valor da nossa participação
nesse convênio é de R$ 5,998 milhões.
Dos quais nós já liberamos dois R$
2,913 milhões e faltam liberar R$ 3,084 milhões",
afirmou.
De acordo com o médico
e coordenador do Projeto Xingu, Douglas Rodrigues,
o convênio com a Funasa foi firmado em 1999,
e o objetivo era dar assistência aos indígenas
no de acordo com o Sistema Único de Saúde
(SUS) e colaborar na formação de agentes
de saúde indígenas da região
do baixo e médio Xingu. "A Unifesp realiza
um trabalho de 40 anos no parque indígena
do Xingu. A fase mais recente desse trabalho é
a parceria com a Funasa. As ações
são executadas por equipes da Unifesp contratadas
com os recursos repassados a nós pela Funasa.
Além da atenção básica
à saúde indígena, nós
trabalhamos com a formação dos índios
para o trabalho em saúde: agentes, auxiliares
de enfermagem e de gestores indígenas para
que eles mesmos possam, no futuro, estabelecer esses
convênios com a Funasa", reafirmou.
Segundo o coordenador,
o trabalho realizado pelo projeto contribuiu para
a redução da mortalidade indígena
na região. "Na década de 80,
os coeficientes de mortalidade infantil no Xingu
chegava a cifras de 100 mortes por mil nascidos.
Houve uma redução drástica
nesses indicadores, e muito se deve, de um lado,
à imunização. Doenças
como sarampo não ocorrem no parque do Xingu
há mais de 20 anos e também com o
trabalho desses agentes de saúde que conseguem
fazer um atendimento mais rápido no caso
de pneumonia e no controle da malária",
disse. Segundo ele, o Xingu está com um coeficiente
de mortalidade infantil de 25 por mil e de mortalidade
geral de 2,7 por mi. "É um número
muito bom."
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Bianca Paiva