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PESQUISA MOSTRA QUE BAÍA
DE ANTONINA ASSOREOU 6 METROS EM 30 ANOS
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Agosto de 2005
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O 1º Seminário
Internacional de Gestão Ambiental Portuária
reuniu na tarde desta terça-feira 9), em
Paranaguá, representantes da atividade portuária
e de órgãos ligados à certificações.
Para tratar do Sistema de Gestão e Certificação
Ambiental Portuária, os debatedores da Mesa
de Debates 3, presidida por Carlos Santos Amorim
Jr, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) mostraram conceitos e experiências
adotadas em relação à padronização
de normas e realização de estudos.
As apresentações
tiveram o objetivo de mostrar que é possível
estimular o desenvolvimento organizacional baseado
em ações de preservação
do meio ambiente. “Os portos são importantes
porque são a porta de entrada e de saída
de um país e nossa grande tarefa é
fazer com que a comunidade crie, faça parte
e use as normas que tem, entre muitos objetivos,
eliminar as barreiras técnicas”, disse Amorin.
De acordo com o superintendente
da Administração dos Portos de Paranaguá
e Antonina (Appa), Eduardo Requião, a oportunidade
de se tratar assuntos como esse demonstra o quanto
ainda se pode avançar no desenvolvimento
econômico sem deixar de lado as questões
ambientais. “É uma preocupação
global que trazemos para nossos debates, utilizando
as realidades vividas em portos estrangeiros e nos
vizinhos a Paranaguá”, comentou.
Foi esta mesma preocupação
em aliar desenvolvimento econômico e preservação
do meio ambiente que levou o diretor do terminal
portuário da Ponta do Félix, Juarez
Moraes e Silva, a mostrar a um plenário cheio,
uma série de projetos importantes para toda
a região do Litoral do Paraná. Entre
eles, o Projeto CAD (Contaminantes, Assoreamento
e Dragagem).
Numa área
de 1,5 mil m², a Ponta do Félix, em
parceria com a Associação de Defesa
do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina
(Ademadan), Sistema Meteorológico do Paraná
(Simepar) e Universidade Federal do Paraná
(UFPR), realizou um estudo para identificar áreas
atingidas por produtos contaminantes, assoreamentos
e dragagem e para revelar possíveis soluções
para estes locais. A pesquisa aconteceu nos berços
de atracação, bacia de evolução,
canal de acesso e no Terminal Portuário privado.
“Buscamos uma base sustentada de dados dentro de
um sistema econômico que depende da viabilidade
do porto”, comentou Moraes e Silva.
A pesquisa encomendada
pela Ponta do Félix proporcionou dados surpreendentes.
Nos últimos 30 anos, a Baía de Antonina
assoreou 6 metros. A constatação teve
por base estudos feitos no relevo, solo, nível
de precipitações e desmatamento, principalmente,
da mata ciliar. “O estudo estará pronto em
30 dias. Depois disso, teremos uma série
de dados importantes e que revelarão quais
procedimentos devem ser adotados em relação
ao desenvolvimento da empresa e a preservação
do meio ambiente; como, onde e quanto podemos dragar
e, ainda, onde podem ser localizadas as áreas
de despejo”, disse o diretor do terminal, lembrando
que estas áreas, de acordo com informações
da pesquisa, podem ficar mais próximas dos
locais dragados, reduzindo os custos de operação.
Segundo Moraes e
Silva, os estudos revelaram, também, que
o material depositado no fundo da baía (uma
espécie de lama menos consistente) pode trazer
diversidade quanto aos volumes a serem dragados,
porque se desloca com facilidade com o movimento
da maré e pode levar os sinais de batimetria
a um erro de até 2 metros de diferença
entre a real profundidade do canal e os volumes
registrados. “São estas características
que devem ser levadas em conta e que podem ser decisivas
na tomada de decisões, porque denotam custos
que podem ser reduzidos através de pesquisas
mais aprofundadas, como a que estamos realizando”,
finalizou.
O 1º Seminário
de Gestão Ambiental Portuária, promovido
pela APPA, encerra amanhã, quinta-feira,
e está sendo realizado no Hotel Camboa.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa