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FBOMS AVALIA QUE GOVERNO
NÃO CUMPRE PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2005
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15/08/2005 - Plano
que, em tese, envolveria 13 ministérios até
agora não decolou. Organizações
do Grupo de Trabalho de Florestas do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) aguardam, há
mais de um mês, atendimento de uma solicitação
por audiência com a ministra Dilma Roussef
para discutir o assunto.
O Grupo de Trabalho
(GT) de Florestas do Fórum Brasileiro de
Movimentos Sociais e ONGs para o Meio Ambiente e
o Desenvolvimento enviou hoje, dia 15 de agosto,
à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef,
uma carta com uma análise crítica
das ações do governo federal no âmbito
do Plano de Ação para Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal,
lançado pelo presidente Lula, em 15 de março
de 2004 (confira a íntegra do texto abaixo).
Para o GT, as iniciativas da administração
federal para o setor não podem limitar-se
a intervenções "esporádicas
e demonstrativas". As 22 entidades que compõem
o grupo, entre elas o ISA, aguardam, desde o dia
7 de julho, por uma resposta da ministra a um pedido
de audiência.
Quando veio a público,
o Plano foi anunciado como uma solução
inovadora e emergencial para os altos índices
de desmatamento registrados na Amazônia –
entre 2003 e 2004, 26 mil quilômetros quadrados
de floresta desapareceram. Uma das novidades da
iniciativa seria justamente o espaço dado
às organizações da sociedade
civil para discutir, acompanhar e fazer a avaliação
estratégica do andamento das ações
do Plano. Tal avaliação não
foi feita até hoje. (Para conhecer o Plano
de Ação para Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal,
clique aqui)
“Decorridos 17 meses
de seu lançamento, é possível
afirmar que o Plano, formulado de acordo com uma
estrutura que continha quatro componentes, está
sendo implementado de forma tão limitada
e parcial que acaba esvaziando seu desenho e estratégia
originais”, afirma o documento. O texto aponta a
“grave preocupação” do GT com o processo
de implementação observado até
agora dos componentes do Plano: obras de infra-estrutura,
ordenamento fundiário e territorial, monitoramento
e controle, e fomento a atividades sustentáveis.
Entre outros pontos,
a carta lista o contingenciamento e a falta de recursos
orçamentários, a ausência de
determinação política para
fazer cumprir a legislação e a desarticulação
administrativa entre os ministérios envolvidos
como causas para o baixo índice de execução
das ações. As organizações
do GT também consideram que Dilma Roussef
não deixou de atender o grupo “por desinteresse
em relação à interlocução
com a sociedade civil, e sim, mais provavelmente,
pela baixa prioridade que este tema representa na
intensa agenda operacional” da ministra.
No dia 2 de setembro,
acontece uma reunião extraordinária
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
em Cuiabá (MT), atendendo um requerimento
das organizações não-governamentais
apresentado pelo ISA (saiba mais). A expectativa
é que o governo federal deverá finalmente
apresentar sua avaliação sobre o Plano
e os governos estaduais relatarão o que estão
fazendo para reduzir os desmatamentos na Amazônia
Legal.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa