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PREFEITO DE TEFÉ,
NO AMAZONAS, AFIRMA QUE NÃO VAI RETIRAR
LIXO DEPOSITADO EM ASSENTAMENTO
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005
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15/08/2005 - O prefeito
de Tefé, no Amazonas, Sidônio Gonçalves,
afirma que não pretende retirar o lixo indevidamente
depositado no Projeto AgroExtrativista (PAE) Flora
Agrícola. Há duas semanas, o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) descobriu que parte do assentamento
havia se transformado em lixão municipal
e notificou extra-judicialmente a prefeitura para
que interrompesse o depósito. Agora, a Procuradoria
Federal que atua junto ao Incra prepara uma ação
civil pública para obrigar a prefeitura a
retirar os resíduos sólidos já
depositados e a fazer a recuperação
ambiental da área. "Não iremos
retirar o lixo, sim aterrá-lo, que é
um precedimento reconhecido pelo Ibama", argumenta
o prefeito.
Durante um mês,
20 toneladas diárias de lixo doméstico
coletadas na sede do município, que tem 69.500
habitantes, foram levadas ao assentamento. O PAE
Flora Agrícola tem 2,6 mil hectares e foi
criado em maio de 2003, com capacidade para assentar
110 famílias. "Não sabíamos
que era terra federal. Um cidadão se dizendo
proprietário do terreno o ofereceu à
prefeitura, em troca de uma ajuda financeira. Fizemos
uma reunião com os vizinhos e há uma
ata mostrando que eles concordaram com o depósito
do lixo. Aqui é um desmando, ninguém
sabe que terra é de quem, porque a prefeitura
andou titulando, em anos anteriores, áreas
pertencentes à União e ao Estado",
afirma o prefeito.
No dia 20 de maio,
a Agência Brasil noticiou que a coleta de
lixo em Tefé foi interrompida por dez dias,
porque uma liminar concedida pela Justiça
Federal proibía a prefeitura de utilizar
o lixão da cidade, localizado a apenas dois
quilômetros do aeroporto (já que a
presença de urubus trazia risco à
decolagem e ao pouso das aeronaves). A prefeitura
alegava que não possuía outro local
para depositar os resíduos sólidos
e, na ocasião, o impasse foi momentaneamente
resolvido por meio do empréstimo de um terreno
pertencente a um empresário local. Agora,
novamente, a prefeitura está depositando
o lixo da cidade em um terreno cedido por uma empresa.
"Ou pelo menos a empresária diz que
é dela. Daqui a pouco podemos descobrir que
também é do Incra", diz o prefeito.
Ele informa ainda
que na semana passada técnicos do Instituto
de Proteção Ambiental do Amazonas
(Ipaam) e do Serviço Geológico do
Brasil estiveram no município para fazer
o levantamento de áreas adequadas à
construção de um aterro sanitário.
"Já fizemos o projeto das obras, que
custarão cerca de R$ 600 mil. O próximo
passo é buscar recursos junto aos governos
estadual e federal", afirma Sidonio. Dos 62
municípios do Amazonas, apenas um (Itacoatiara)
possui aterro sanitário licenciado pelo Ipaam.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi