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PROGRAMA PANTANAL PRECISA
DE NOVO FORMATO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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16/08/2005 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, participou hoje
de reunião com parlamentares do Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul para debater sobre o Programa
Pantanal. Para a ministra, o contrato do governo
brasileiro com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)
para financiamento do programa precisa ser revisto.
Segundo ela, o acordo traz prejuízos aos
cofres públicos e à própria
continuidade da iniciativa, fundamental para o desenvolvimento
sustentável do Pantanal. "O programa
continua sendo prioridade para o governo federal",
ressaltou a ministra.
O Ministério do Meio Ambiente deve anunciar
no início de setembro as alterações
ou o encerramento do acordo com o BID. Caso o contrato
não seja renovado, o programa deverá
prosseguir em um novo formato, com recursos da União
e dos estados. Conforme a ministra, o momento é
de dificuldades orçamentárias, mas,
frente à importância do Pantanal, governos
federal e estaduais, parlamentares e sociedade devem
fazer um esforço para garantir os recursos
necessários e a continuidade do programa.
Participaram da reunião o coordenador do
Programa Pantanal, Paulo Guilherme Cabral, do Ministério
do Meio Ambiente, os senadores Juvêncio da
Fonseca (PDT/MS), Ramez Tebet (PMDB/MS) e Serys
Slhessarenko (PT/MT), os deputados Wellington Fagundes
(PL/MT) e Ricarte de Freitas (PTB/MT), entre outros.
O Programa Pantanal foi criado em 1995, atendendo
a pedidos de governos estaduais. Para sua execução,
estavam precistos US$ 400 milhões, do BID,
do governo japonês, do governo federal e dos
estados. O programa seria executado em duas fases,
entre 2001 e 2009. A primeira fase é mais
voltada ao necessário planejamento, e se
encerra no fim do ano. O programa prevê ações
nas áreas de águas, solos, agrotóxicos,
conservação da fauna, saneamento,
economia, além da criação de
estradas parque e criação de parques
e reservas.
Na época, o Ministério do Meio Ambiente
foi definido como coordenador do programa, responsável
pela gestão ambiental e também pela
construção de estradas e obras de
saneamento, algo fora das atribuições
da pasta. Além disso, o acordo com o BID
previa a contratação de uma empresa
gestora para o programa. Devido a falhas no processo
licitatório, uma ação judicial
se arrastou por 18 meses, trazendo prejuízos
ao andamento do programa. "O arranjo inicial
do programa foi equivocado. O Ministério
do Meio Ambiente deveria ter ficado apenas com o
componente ambiental", disse Marina Silva.
De acordo com o secretário-executivo Claudio
Langone, o Ministério do Meio Ambiente não
tem condições de arcar sozinho com
a condução do Programa Pantanal. Para
ele, obras de estradas e de saneamento básico
podem ser conduzidas pelos ministérios da
Integração e das Cidades, por exemplo.
Reuniões do Ministério do Meio Ambiente
com esses ministérios, com a Casa Civil e
governos estaduais têm sido realizadas desde
o início de 2003 na tentativa de reorganizar
o programa.
Entre as medidas tomadas pelo Ministério
do Meio Ambiente, está a redução
orçamentária do governo federal para
a primeira fase do programa, de US$ 85 milhões
para US$ 24 milhões. Manter o contrato da
forma inicial resultaria em mais gastos públicos
com as taxas de manutenção do contrato.
"Talvez seja melhor que o programa siga com
recursos nacionais do que usar verbas públicas
para assegurar recursos estrangeiros", disse
Langone.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)