Todos os casos de contaminação são
notificados ao DAEE - Departamento de Águas
e Energia Elétrica, responsável pela
outorga do uso de poços subterrâneos,
e à Vigilância Sanitária Estadual,
que tem a competência para tomar as medidas
cabíveis relativas à saúde
pública.
Auto denúncia
e zona industrial antiga
Embora os levantamentos realizados
até o momento indiquem mais de uma fonte
de contaminação na área,
uma zona predominantemente industrial antiga,
a área onde está sediada a Gillette
do Brasil Ltda. que pertencera à Duracell
anteriormente, se apresenta comprovadamente contaminada,
em seu solo e águas subterrâneas,
inclusive constando na relação de
áreas contaminadas disponibilizada pela
CETESB em sua página na internet e com
sua investigação tendo sido iniciada
pela própria indústria, que fez
uma auto denúncia, à agência
ambiental, no final de 2001.
Entre outras informações
apresentadas, registrava-se concentração
elevada de solventes clorados, possivelmente de
antiga atividade de desengraxe de tampas de baterias.
Em função disso,
a CETESB autuou a Gillette e fez várias
exigências visando aprofundar os estudos
e juntar um maior número de informações,
necessárias para melhor poder orientar
a remediação da área.
Em 2002 e 2003, foram realizadas
reuniões entre representantes da indústria
e da CETESB, e apresentadas informações
complementares ao primeiro relatório, produzido
por ocasião da auto denúncia. No
final de 2003, preventivamente, a CETESB amostrou
poços instalados no shopping SP Market,
localizado a jusante da Gillette, a cerca de 500
metros da empresa, e constatou uma contaminação
em um poço, que foi desativado. Embora
o problema constatado não pudesse ser atribuído
diretamente à contaminação
na Gillette, a agência ambiental comunicou
devidamente o fato à Vigilância Sanitária.
Em meados de 2004, foi produzido
um parecer da CETESB, que além de pedir
mais complementações, solicitou
também o levantamento de poços de
água subterrânea do entorno da indústria,
objetivando ampliar as investigações.
De março a maio de 2005,
a agência ambiental procedeu a amostragens
nos poços levantados, tendo como resultado
a constatação de contaminação
em sete deles, por solventes clorados, embora
a origem dessa contaminação não
pudesse ser atribuída simplesmente e isoladamente
à Gillette, exigindo mais estudos e, inclusive,
investigações confirmatórias
e análises de riscos a serem realizadas
por outras indústrias localizadas nas vizinhanças.
Como consequência
dessas constatações, o DAEE e a
Vigilância Sanitária procederam,
nos últimos dias, à suspensão
de outorga de licenças e lacração
de poços, respectivamente.