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CMA SEDIA REUNIÃO
PARA REVISÃO DO PLANO DE AÇÃO
PARA MAMÍFEROS AQUÁTICOS
Panorama
Ambiental
Recife (PE) – Brasil
Agosto de 2005
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(30/08/05) - Da
amanhã (31) até sexta-feira (2), acontece
no Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama,
na Ilha de Itamaracá, a 10ª reunião
anual do Grupo de Trabalho Especial em Mamíferos
Aquáticos (Gtema). O objetivo do encontro
é realizar a segunda revisão do Plano
de Ação para os Mamíferos Aquáticos,
publicado em 2001.
Tal plano é
atualizado de quatro em quatro anos e contém
a relação de todas as espécies
de mamíferos aquáticos registradas
em águas jurisdicionais brasileiras com seus
respectivos status de conservação,
assim como o grau de ameaça de cada uma delas.
O Plano de Ação relaciona ainda as
espécies submetidas à maior pressão
antrópica, a definição de projetos
e ações prioritárias de conservação
dos mamíferos aquáticos e referencia
toda a legislação específica
sobre o tema, além de conter anexos com medidas-padrão
de cetáceos, pinípedes, sirênios
e mustelídeos aquáticos.
O Grupo de Trabalho
foi criado pelo Ibama, por meio da portaria nº
2.907, de 20 de dezembro de 1994. Este grupo é
formado por participantes de universidades, organizações
não-governamentais e governo. O Gtema também
se reúne anualmente para discutir e debater
questões mais específicas que estejam
afetando os mamíferos aquáticos, gerando
novas ações conservacionistas para
as espécies e emitindo recomendações
ao Ibama.
Para o coordenador
geral do Núcleo de Fauna do Ibama e presidente
do Gtema, Ricardo Soavisnky, “o grupo irá
reunir os principais pesquisadores das espécies
de mamíferos aquáticos para se discutir
a situação e o que está sendo
feito para protegê-las, além dos projetos,
pesquisas e as ameaças que cada uma vêm
sofrendo, para só então se traçar
as diretrizes”. Espera-se que a nova revisão
do plano de ação fique pronta dentro
de cinco meses.
Classificação
das espécies segundo o Plano de Ação
para os Mamíferos Aquáticos do Brasil
V.II (Ibama 2001):
Das 50 espécies
de mamíferos aquáticos que encontram
abrigo em águas nacionais, 37 não
possuem dados científicos suficientes para
se fazer uma avaliação de seu status
de conservação.
Duas encontram-se
em baixo risco de extinção: baleia
minke-antártica (Balaenoptera acutorostrata)
e leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens)
Oito são classificadas
como “vulneráveis”, com alto risco de extinção
em médio prazo: baleia sei (Balaenoptera
borealis), baleia fin (Balaenoptera physalis), baleia
jubarte (Megaptera novaeangliae), baleia franca
(Eubalaena australis), cachalote (Physeter macrocephalus),
boto cor-de-rosa (Inia geoffrensis), golfinho franciscana
(Pontoporia blainvillei) e peixe-boi da amazônia
(Trichechus inunguis).
Duas encontram-se
“em perigo”, com risco muito alto de extinção
num futuro próximo: baleia azul (Balaenoptera
musculus) e ariranha (Pteronura brasiliensis).
Uma está “criticamente
ameaçada”, com risco extremamente alto de
extinção em futuro imediato: peixe-boi
marinho (Trichechus manatus).
Estimativas populacionais:
Peixe-Boi Marinho – 500 indivíduos no litoral
norte e nordeste do Brasil (1991-1993);
Baleia Azul – 400 a 1400 indivíduos no hemisfério
sul (1980-2000);
Ariranha – não há estimativa populacional,
mas a espécie provavelmente está extinta
nos estados de MG, RJ, SC e RS;
Peixe-Boi da Amazônia – não há
estimativa populacional;
Franciscana – 16.000 indivíduos, população
estimada em estudo isolado no Rio Grande do Sul;
Boto Cor-de-Rosa – não há estimativa
populacional;
Cachalote – não há estimativa populacional;
Baleia Franca – 7.000 indivíduos no mundo
(1999);
Baleia Jubarte – 10.000 indivíduos no hemisfério
sul (1988); 12.000 indivíduos no hemisfério
sul (1992/1993);
Baleia Fin – 47.300 indivíduos no Oceano
Atlântico Norte (1969-1989);
Baleia Sei – não há estimativa populacional.
Quem são
os 14 participantes do Gtema e quais instituições
representam:
Ricardo Soavisnky
- coordenador geral do Núcleo de Fauna/Ibama;
Guadalupe Vivekananda – coordenação
geral de Unidades de Conservação/Ibama;
José Dias Neto - coordenação
geral de Recursos Pesqueiros/Ibama;
Onildo João Marini Filho - coordenação
de Proteção de Espécies da
Fauna/Ibama;
Almirante Ibsen Gusmão Câmara - coordenador
do Grupo;
Márcia Engel - Instituto Baleia Jubarte;
Paulo Ott - Grupo de Estudos de Mamíferos
Aquáticos do Rio Grande do Sul;
Vera M. F. da Silva - Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia;
Régis Lima- Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama;
Fábia Luna - Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama,;
Jesuína Maria da Rocha - coordenação
de Proteção de Espécies da
Fauna;
José Truda Palazzo Júnior - coordenador
do Projeto Baleia Franca;
André Silva Barreto - Universidade do Vale
do Itajaí;
Mônica M. C. Muelbert - Laboratório
de Mamíferos Marinhos.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Luís Boaventura