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FISCALIZAÇÃO
E ORDENAMENTO FUNDIÁRIO FAZEM CAIR
DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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(29/08/05) - A taxa
do desmatamento ilegal caiu em cerca de 50% em todos
os estados da Amazônia, nos últimos
onze meses, em comparação com igual
período anterior. A redução
estimada passou de 18.724 km² para 9.106 km².
No Pará e em Tocantins, a queda foi de 81%.
A redução foi de 38% em Rondônia
e de 33% no Mato Grosso. Chegou a 90% na Estação
Ecológica da Terra do Meio (PA), saltando
de 302 km² para 29 km². Coletados pelo
sistema de satélite Deter, que fotografa
a Amazônia em tempo real, os números
foram apresentados na última sexta-feira,
26, pelas ministras do Meio Ambiente, Marina Silva,
e da casa Civil, Dilma Roussef, em entrevista no
Palácio do Planalto.
As ministras comemoraram
os resultados com sobriedade, uma vez que, ao contrário
do Sistema de Satélite Prodes (que é
preciso nos registros, apesar das nuvens), as imagens
captadas pelo Deter permitem exclusivamente análises
de tendências. Segundo as ministras, se por
um lado os números indicam uma queda expressiva
no corte ilegal da madeira, é necessário
aprofundar todas as ações previstas
no Plano de Prevenção e Combate ao
desmatamento na Amazônia. Além do monitoramento
e da fiscalização, que já estão
em curso, assim como medidas de reordenamento territorial,
o Governo pretende investir forte em infra-estrutura
e na conversão do modelo econômico
da região, com o objetivo de propiciar o
desenvolvimento sustentável da floresta.
Fiscalização
Segundo a ministra
Marina Silva, a redução do desmatamento
é resultado direto de ações
de grandes operações de fiscalização
(como as Curupira 1 e 2, que prenderam pessoas e
apreenderam madeira). É resultado também
do início do ordenamento fundiário
e territorial, da criação de áreas
protegidas, além da criação
da Limitação Administrativa Provisória
para 8,2 milhões de hectares na área
de influência da rodovia BR-163 e da edição
da Portaria 10 do Ministério do Desenvolvimento
Agrário e do Incra. Ela suspende os cadastros
de imóveis rurais para todos que não
se recadastrarem junto ao Incra. Essa suspensão
implica no bloqueio ao acesso ao crédito.
A medida abrange 352 municípios de nove estados:
Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Até o momento foram inibidos 10.500 CCIRS.
“Atacamos a corrupção e a ação
de grileiros e madeireiros, tratando o tema com
ações estruturantes e sem pirotecnia",
disse Marina. O governo estuda a criação
de mais 16 milhões de hectares em novas áreas
protegidas, inclusive no noroeste de Rondônia
e sul do Amazonas, e a criação de
um Distrito Florestal Sustentável em parte
da área de influência da BR-163.
Mato Grosso preocupa
O Mato Grosso preocupa.
Mesmo com a queda nacional, ainda é o estado
que mais desmata. É responsável por
60% de toda área desmatada no País,
o que fez com que o Governo Federal buscasse a parceria
do governo do estado para plano de combate ao desmatamento
específico para o MT. Os governos estão
integrando atividades do Ibama e da Secretaria de
Meio Ambiente, criando novas unidades de conservação
e implantando um sistema para rastreabilidade da
produção agropecuária do estado.
Segundo o diretor
de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio
Montiel, as reduções de desmatamento
são maiores justamente nos estados em que
a integração com o governo federal
ocorreu de forma mais profunda, em torno do Plano
de Prevenção e Combate ao Desmatamento
na Amazônia. Flávio Montiel afirmou
ainda que os bons resultados da fiscalização
decorrem, em boa parte, do fato de as operações
terem passado a ser integradas. “Em 2004, Ibama,
Polícia Federal, Polícia Rodoviária
federal, Ministério do Trabalho e Emprego
e Exército se uniram em nome da interação
técnica e logística”, diz Montiel.
O diretor diz que
por conta disso houve o aumento de 83% no total
de infrações cadastradas: de 3.558,
em 2003, saltou-se para 6.500. “Foram apreendidos
mais de 60 mil metros cúbicos de madeira
em tora e 13 mil metros cúbicos de madeira
serrada; foram ainda libertadas cerca de 200 pessoas
que eram mantidas em regime de escravidão”,
informou.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom