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IBAMA PROMOVE CURSO COMO
PENA ALTERNATIVA PARA INFRATORES AMBIENTAIS
EM MANAUS
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005
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Treze alunos da
IV Oficina de Educação Ambiental para
Infratores distribuíram material educativo
da Campanha de Combate à Poluição
Sonora, promovida pela secretaria municipal de Meio
Ambiente (Sedema). A atividade faz parte do curso
obrigatório que eles estão participando
por determinação judicial, como pena
alternativa por pequenos delitos ambientais praticados.
Promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
o curso tem uma semana de duração
e termina na próxima terça-feira (30).
"Vinte e sete
pessoas foram convocadas para esta edição
da oficina, mas apenas 13 compareceram. As outras
provavelmente serão intimadas novamente a
participar. A Justiça costuma dar até
uma terceira chance de comparecimento. Depois disso,
aplica uma pena de prestação de serviço
e/ou multa", explicou a coordenadora do Núcleo
de Educação Ambiental do Ibama no
Amazonas, Maria Eulinda Silveira.
Os delitos cometidos
vão desde crimes contra a flora, como desmatamento
em área de preservação ambiental
ou transporte não-autorizado de madeira,
até crimes contra a fauna, como criação
de animais silvestres. Mais da metade, porém,
praticou poluição sonora. É
o caso de Vitória Régia Pontes, autônoma,
que usou uma esmerilhadeira (equipamento barulhento
que serve para polir o ferro) em área residencial
e foi pega em flagrante por fiscais da Sedema após
denúncia de um vizinho. "A oficina é
muito interessante, mas acho que ela deveria ser
aberta a outras pessoas, não só para
aqueles que cometeram algum tipo de infração",
disse ela.
"Nós
aqui fazemos um pacto: não perguntamos o
delito dos alunos e, em troca, eles não questionam
as leis ambientais. A primeira edição
do curso aconteceu em novembro do ano passado e
a avaliação tem sido muito positiva.
Muitas pessoas infringem a lei porque desconhecem
a conseqüência de seus atos. Vimos que
não adiantava o infrator pagar multa ou prestar
serviços, apenas, porque isso só gerava
revolta e ele muitas vezes voltava a praticar os
mesmos atos", contou Eulinda.
Segundo ela, o curso
enfoca informações científicas
sobre a importância de se preservar a natureza,
mas também aborda os crimes ambientais e
suas penalidades. "Assim a gente objetiva conseguir
parceiros para nosso trabalho. Porque proteger o
meio ambiente é responsabilidade de todo
brasileiro, está na Constituição
Federal", afirmou.
As primeiras dez
edições das oficinas estão
sendo financiadas pela construtora Habitec, como
pena por iniciar um empreendimento sem licenciamento
ambiental. O custo total é de R$ 27 mil.
Os instrutores, que Eulinda prefere chamar de "facilitadores",
são técnicos dos órgãos
organizadores do curso. Além da Sedema e
o do Ibama, há a Vara Especializada do Meio
Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa),
o Instituto de Proteção Ambiental
do Amazonas (Ipaam) e os Ministérios Públicos
Estadual e Federal.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça