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NO AMAZONAS, IBAMA DÁ
OFICINA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A INFRATORES
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Agosto de 2005
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A 4ª Oficina
de Educação Ambiental para Infratores
está em andamento desde a última quarta-feira
(dia 24) e será concluída amanhã,
em Manaus. Como pena alternativa a quem praticou
pequenos crimes ambientais a oficina passou a ser
oferecida desde novembro do ano passado pela gerência
regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"Nós
aqui fazemos um pacto: não perguntamos o
delito dos alunos e, em troca, eles não questionam
as leis ambientais", contou Maria Eulinda Silveira,
coordenadora do Núcleo de Educação
Ambiental do Ibama no Amazonas. "Muitas pessoas
cometem crimes contra o meio ambiente porque desconhecem
a conseqüência de seus atos. Vimos que
não adiantava o infrator pagar multa ou prestar
serviços, apenas, porque isso só gerava
revolta e ele muitas vezes voltava a praticar os
mesmos delitos."
Segundo ela, o curso
apresenta informações científicas
sobre a importância de se preservar a natureza,
mas também aborda os crimes ambientais e
suas penalidades. "Assim a gente busca conseguir
parceiros para nosso trabalho. Porque a proteção
ao meio ambiente é responsabilidade de todo
o brasileiro, está na Constituição
Federal", afirmou.
Vinte e sete pessoas
foram convocadas para essa edição
da oficina, mas apenas 13 compareceram. "As
outras provavelmente serão intimadas novamente
a participar. A Justiça costuma dar até
uma terceira chance. Depois disso, aplica uma pena
de prestação de serviço e multa",
explicou Eulinda. Ela esclareceu ainda que a freqüência
dos alunos no curso precisa ser integral.
Os delitos cometidos
vão desde crimes contra a flora, como desmatamento
em área de preservação ambiental
ou transporte não-autorizado de madeira,
até crimes contra a fauna, como criação
de animais silvestres. Mais da metade, porém,
praticou poluição sonora. É
o caso de Vitória Régia Pontes, autônoma,
que usou uma esmelhiradeira (equipamento barulhento
que serve para polir o ferro) em área residencial
e foi pega em flagrante por fiscais da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (Sedema). "A oficina
é muito interessante, mas acho que ela deveria
ser aberta a outras pessoas, não só
para aqueles que cometeram algum tipo de infração",
afirmou coordenadora do Núcleo de Educação
Ambiental do Ibama no Amazonas.
As primeiras
dez edições das oficinas são
financiadas pela construtora Habitec, como pena
por iniciar um empreendimento sem licenciamento
ambiental. O custo total delas é de R$ 27
mil. Os instrutores, que Eulinda prefere chamar
de "facilitadores", são técnicos
dos órgãos promotores do curso: além
da Sedema e o do Ibama, há a Vara Especializada
do Meio Ambiente e Questões Agrárias
(Vemaqa), o Instituto de Proteção
Ambiental do Amazonas (Ipaam) e os Ministérios
Públicos Estadual e Federal.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi