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PARA WWF, QUEDA DE DESMATAMENTO
REFLETE DESAQUECIMENTO NA AGRICULTURA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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A tendência
de queda do desmatamento da Amazônia é
resultado do desaquecimento na agricultura, segundo
a superintendente de Conservação da
organização não governamental
WWF-Brasil, Rosa Lemos de Sá. Levantamento
do Ministério do Meio Ambiente divulgado
ontem (26) revelou que 18.724 mil quilômetros
quadrados de floresta amazônica foram desmatados
entre agosto de 2003 e julho de 2004. O número
caiu para 9.106 mil quilômetros quadrados
entre agosto de 2004 e junho de 2005.
Para a superintendente,
a redução do desmatamento está
ligada à queda do preço de produtos
agrícolas, em especial a soja. "Toda
vez que existe um aquecimento da economia no Brasil,
é acompanhado por um aumento do desmatamento
na Amazônia. Isso porque quando se tem mais
capital, há um investimento maior dos agricultores
e pecuaristas para ampliar suas áreas. Esse
desmatamento que se deu agora foi muito em função
da queda do preço da soja que torna proibitiva
a expansão agropecuária", explica
Rosa Lemos.
Apesar do governo
ter criado o Plano Nacional de Preservação
e Combate ao Desmatamento, ela sugere linhas de
financiamento público para empresas realizarem
o manejo florestal sustentável, técnicas
que permitem a exploração dos recursos
naturais sem esgotá-los. "Assim como
existem facilidades para o agricultor fazer empréstimos,
deveria também haver facilidades para o explorador
madeireiro que faz o manejo florestal para poder
se dedicar a essa atividade. Estaríamos utilizando
o que há de melhor na floresta, sem desmatar,
mas conseguindo explorá-la", diz.
Rosa Lemos também
acha que ainda é cedo para saber se as áreas
desmatadas na Amazônia realmente reduziram,
já que os dados do ministério são
parciais. O monitoramento é feito por dois
sistemas, o Prodes e o Deter. O Deter, que indicou
a redução, avalia o desmatamento a
cada 11 meses. O número conclusivo, porém,
é dado pelo Prodes, que abrange o período
de um ano.
"Esse valor é significativo, mas ainda
é parcial e de um período curto. Nós
só vamos realmente saber sobre o desmatamento
depois do período de um ano. Agora, foi um
efeito desse desaquecimento da economia, mas a gente
não sabe o que vai acontecer no resto do
ano", alerta.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Carolina Pimentel